segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Incomum


Porque você é incomum
porque você é moça e prosa
asturiana e chula
e malandra
porque tua paz
enquanto tu dormias
porque Leminski quis
porque distância kiss
no café da manhã
el tiempo calma
perna ardida.

Porque incomum não é especial
incomum é fora do comum
incomum é fora do ordinário
você não é especial
você é incomum
porque você as vezes ri
e se não der não ri
porra nenhuma
nem uma vez
e foda-se
o mundo feliz
mas o olho
continua além
daquela self-picture
de você
olho em paz
enquanto tu dormias
olho além
que só você sabia
e vez em quando
volta a poesia.

Especial foi palavra feita pra cheque
pra programa de Natal do Rei
pra megasena
Desconfie das pessoas
que te chamem de especial
Você é incomum
sua asturiana malandra.

Porque surpresinha mata tédio
porque tédio mata tudo.

Incomum, de Juan Trasmonte (Creative Commons)
Reprodução da obra What do you feel guilty for?, de Daniele Buetti, da série Dreams result in more dreams

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns Juan! Bastante inteligente e profundo! Gostei muito.