terça-feira, 31 de julho de 2007

Percutas


Ramiro Musotto com Suzano, Kainã do Jeje e outros percussionistas no encerramento do PAN. Aliás, o Musotto recriou com seus sons e até o sampler do Subcomandante Marcos o canto Gwyra Mi em seu Civilizacao & Barbarye.
Essas fotos foram enviadas pelo coração generoso e sempre antenado da Aline Fidalgo e pelo próprio berimba.

Gwyra Mi


Meninos e meninas guaranis cantam Gwyra Mi no encerramento do PAN

D2 em Buenos Aires



Amanhã tem show do Marcelo D2 em Buenos Aires.
Santificada seja a procura da batida perfeita que o trouxe até aqui

domingo, 29 de julho de 2007

A rua do buraco na meia


Yo conozco una calle que hay en cualquier ciudad
y la mujer que amo con una boina azul.
Yo conozco la música de un barracón de feria
barquitos en botellas y humo en el horizonte.

Yo conozco una calle que hay en cualquier ciudad,
ni los labios sesgados sobre un viejo cantar
ni el afiche apagado del grotesco armazón
telaraña del mundo para mi corazón.

Ni las luces que siempre se van con otros hombres
de rodillas desnudas y de brazos tendidos.
Tenía unos pocos sueños iguales a los sueños
que acarician de noche a los niños dormidos.

Tenía el resplandor de una felicidad
y veía mi rostro fijado en las vidrieras
y en un lugar del mundo era el hombre feliz.

¿Conoce usted paisajes pintados en los vidrios?
¿Y muñecos de trapo con alegres bonetes?
¿Y soldaditos juntos marchando en la mañana
y carros de verdura con colores alegres?

Yo conozco una calle de una ciudad cualquiera
y mi alma tan lejana y tan cerca de mí
y riendo de la muerte y de la suerte
y feliz como una rama de viento en primavera.

El ciego está cantando. Te digo: ¡Amo la guerra!

Esto es simple, querida, como el globo de luz
del hotel en que vives. Yo subo la escalera
y la música viene a mi lado, la música.
Los dos somos gitanos de una troupe vagabunda,
alegres en lo alto de una calle cualquiera.

Alegres las campanas con una nueva voz.
Tú crees todavía en la revolución
y por el agujero que coses en tu media
sale el sol y se llena todo el cuarto de luz.

Yo conozco una calle que hay en cualquier ciudad,
una calle que nadie conoce ni transita.
Sólo yo voy por ella con mi dolor desnudo,
sólo con el recuerdo de una mujer querida.

Está en un puerto. ¿Un puerto?
Yo he conocido un puerto.
Decir, yo he conocido, es decir:
Algo ha muerto.

La calle del agujero en la media, de Raúl Gonzalez Tuñón
Poeta que convivia com malandros, putas e artistas do circo, que dividia mesa nos cafés de Madri e Paris com García Lorca e Neruda, que era filiado ao partido comunista quando isso era muito perigoso, que gostava, como Bacon, de contemplar o mundo

sábado, 28 de julho de 2007

Eddie Olmos



Conhecido por seu trabalho de ator em filmes como Blade Runner e seriados como Miami Vice ou Battlestar Galactica, Edward James Olmos é principalmente o que nos Estados Unidos chamam de activist e nós chamamos de militante.
Descendente de mexicanos, ele é um dos rostos mais visíveis da luta pela integração dos latinos nos Estados Unidos e também pela conservação da tradição cultural de cada povo. Com a mesma roupa vai dar uma palestra sobre motivação para empresários ou língua espanhola. E se tiver que ir pra rua numa passeata, também vai.
Foto de Monty Marion

Os latinitos



First Communion Day, de Antonio Pérez
A foto que mostra crianças latinas em Chicago, conservando a tradição da primeira comunhão, faz parte do projeto multimídia Latino Life in the United States, criado por Edward James Olmos, que inclui uma exposição fotográfica, um filme e um livro

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Nóis viemos aqui pra quê?


Silêncio, charóp,
afinal de contas finarmente,
nóis viemos aqui pra beber ou pra conversá?

Não me amole rapaz
não me amole
não me amole
Deixa de conversa mole
agora não é hora de falá.
Nóis viemos aqui
prá beber ou prá conversá?

Quem gosta de discurso
é orador (é isso aí bixo)
Quem gosta de conversa
é camelô (falou psiu!)
Agora não é hora de falá!
(o home tá pagando, vamo aproveitá)
Nóis viemos aqui
prá beber ou prá conversá?

(O que eu combinei foi o seguinte:
nóis viemos aqui pra beber e não conversá)

Nóis viemos aqui pra quê?, de Adoniran Barbosa

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Fado


Por onde entra um raio
em fortaleza fechada
porqué um olhar faz
tremer as certezas
que raro feitiço traz
um olhar
quando encontra
outro olhar
de que material são feitas
nossas palavras
as ditas
as caladas
turbilhão na orelha
entram pelo buraco e
ficam
se eu não tinha campo aberto
pra receber esse silêncio
nem seus olhos
nem suas lágrimas
nem os meus
nem as minhas

piedade pra conter a emoção
coragem pra soltar a emoção
e não mais querer saber
justos e pecadores
certos, inconvenientes
gregos e troianos
mal falados
meus irmãos

não mais querer saber
pra acalmar com nome
o que não tem nome
nem calma.

Fado, de Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)
Foto de Steven Meisel

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Mecano


Es una ocasión singular
la de que el dólar esté devaluado
que no hay que dejar escapar
para viajar a ultramar
en un momento dado.
Cuando tomo una decisión
soy peor que Napoleón
y aunque no me guste el avión
soy un hombre de acción
y por eso.

Me marcho a Nueva York
con la botella de Fundador
me marcho a Nueva York
con la navaja de explorador.
Me mareo en el avión.
Señorita azafata,
el menú me ha hecho daño
¿sería usted tan grata
de acercarme al baño?

Un fundido en negro y después
plano picado al revés
de rascacielos
y yo allí dispuesto a triunfar
como San Juan de la Cruz
en el carmelo.
Mi primera desilusión:
los problemas de comunicación,
más de dos millones de hispanos
y allí no habla nadie en cristiano.

Ya estoy en Nueva York
y no le veo buen color.
Ya estoy en Nueva York,
tampoco he visto ningún actor.
Me hieren el pundonor
no dejándome entrar
en las discos de moda
que si eres 'espanis'
ni un vaso con soda.

Como en 'Hijos de un dios menor'
traté de hacerle entender
a un policía.
A la Estatua de la Libertad
¿me dice usted cómo se va,
su señoría?
Y al adoptar la posición
de ese monumento en cuestión
se pensó que era un comunista
buscando follón
y lo tuve.

No hay marcha en Nueva York
ni aunque lo jure Henry Ford.
No hay marcha en Nueva York
y los jamones son de York.
Pensé que iba a estar mejor,
que te comen el coco
con los telefilmes
pero es un ardid
y estoy loco
por irme a Madrid.

No hay marcha en Nueva York, de José María Cano
Um dos maiores sucessos do Mecano, sinónimo do pop espanhol na década de oitenta. Conta de maneira bem humorada a história de um madrilenho que, na época em que o câmbio começava a favorecer os europeus, morre de vontade de ir pra Nova Iorque, mas quando está lá experimenta que a vida na Grande Maçã não é tão maravilhosa assim.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Barthes, fragmento do Fragmentos



"Encontro pela vida milhões de corpos; desses milhões posso desejar centenas; mas dessas centenas, amo apenas um".

Roland Barthes, Fragmentos de um discurso amoroso
Alguém conhece o autor dessa foto?

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Gruppo Sportivo






Impossível ouvir Gruppo Sportivo e ficar quieto. Surgidos na segunda metade da década de setenta, esses holandeses ainda estão na luta com seu rock contagioso e suas letras hilárias.
Na primeira foto, o grupo, nos idus de 1977, sempre comandado pelo Hans Vandenburg, conhecido como Vanderfruits, o que está de óculos escuros. A segunda foto é uma composição com a imagem deles na telinha e a capa do vinil do Topless 16, uma sátira dos discos de maiores sucessos da época que tinham capas do estilo. Clicando na última imagem vê-se a letra de uma das suas músicas mais conhecidas, Superman, o lamento de um corno que bem daria um samba de breque.

Discos




O discreto charme das lojas de discos
Foto de Vane Villar

sábado, 21 de julho de 2007

Zeca Pagodinho



Chico não vai na curimba
Chico não quer curimbar
Bebeu água de muringa
dormiu no pé do gongá
Hoje não faz mais mandinga
não quer saracutear
Chico não acende vela
nem manda flores pro seu Orixá

Ele é de banda cheirô
Ele é de banda cheirá

Não toma banho de arruda
nem toma banho de abô
e nem sabe me dizer
se é de Keto, de Angola,
de Jeje ou Nagô
Dizem pelos quatro cantos
que ele era um grande babalorixá

Ele é de banda cheirô
Ele é de banda cheirá

Seu pai de santo no descarrego
tomou um carrego até cair no chão
Chico arrebentou a guia
nosso compadre não quer proteção
dispensou a rezadeira
figa-de-Guiné e o velho patuá

Ele é de banda cheirô
Ele é de banda cheirá

Chico não vai na corimba, de Zeca Pagodinho e Dudu Nobre
Foto do acervo pessoal de Zeca Pagodinho
Já era maravilhoso antes de virar essa unanimidade

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Sexta-feira non sancta




Estilo vintage

Expulsão da poesia



Poesia já foi feita
pra se jogar do corpo
está na sua essência
na gênese na ideia
poesia merda sêmen
ar quente chute medo
é tudo pra expulsar
é tudo pra engendrar
depois botar pra fora.

Expulsão da poesia, de Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)
Foto: Earth Body, instalação de Ana Mendieta

quinta-feira, 19 de julho de 2007

El Negro Fontanarrosa


“Vão dizer de mim provavelmente que eu sou um escritor cómico, no máximo. É verdade. Não me interessa muito a definição que possam fazer de mim. Não pretendo o Nobel de Literatura. Eu me dou por muito bem pago quando alguém chega pra mim e diz: mijei de rir com seu livro. Na verdade, eu só quero fazer rir às pessoas. ”

Hoje morreu Roberto Fontanarrosa. Escritor, chargista, cartunista, um artista maior.
Foi muito cedo.








quarta-feira, 18 de julho de 2007

Na espuma dos dias




"Só existem duas coisas: o amor, todas as formas de amor, com garotas bonitas, e a música de New Orleans e Duke Ellington. O resto pode ir embora, porque o resto é feio".
Boris Vian

Foto de Boris com sua mulher Ursula Kübler

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Amy



Meet you downstairs in the bar and heard
Your rolled up sleeves and your skull t-shirt
You say why did you do it with him today?
And sniff me out like I was Tanqueray

Cause you're my fella, my guy
Hand me your stella and fly
By the time I'm out the door
You tear me down like Roger Moore

I cheated myself
Like I knew I would
I told ya, I was troubled
You know that I'm no good

Upstairs in bed, with my ex boy,
He's in the place, but I cant get joy,
Thinking of you in the final throws,
This is when my buzzer goes

Run out to meet your chicks and bitter
You say when we're married cause youre not bitter
There'll be none of him no more
I cried for you on the kitchen floor

I cheated myself
Like I knew I would
I told ya, I was troubled
You know that I'm no good

Sweet reunion, Jamaica and Spain
Were like how we were again
I'm in the tub youre on the seat
Lick your lips as I soak my feet

Then you notice lickle carpet burn
My stomach drops and my guts churn
You shrug and it's the worst
To truly stuck the knife in first

I cheated myself like
I knew I would
I told ya I was troubled,
You know that I'm no good

I cheated myself, like
I knew I would
I told ya I was troubled,
Yeah ya know that I'm no good

You know that I'm no good, de Amy Winehouse
"Escrevo canções porque sou fudida de cabeça e preciso extraer algo bom dessa porcaria toda"
É a primeira vez que coloco aqui alguém que está no Top Ten. Talvez seja a última

domingo, 15 de julho de 2007

Silvio



Adónde van las palabras que no se quedaron,
adónde van las miradas que un día partieron.
Acaso flotan eternas
como prisioneras de un ventarrón
o se acurrucan entre las rendijas
buscando calor.
Acaso ruedan sobre los cristales
cual gotas de lluvia que quieren pasar
acaso nunca vuelven a ser algo?
acaso se van.
¿Y adónde van
adónde van?

En que estarán convertidos mis viejos zapatos
adónde fueron a dar tantas hojas de un árbol.
Por dónde están las angustias
que desde tus ojos brotaron por mí,
adónde fueron mis palabras sucias
de sangre de abril.
Adónde van ahora mismo estos cuerpos
que no puedo nunca dejar de alumbrar
acaso nunca vuelven a ser algo?
Acaso se van
¿Y adónde van,
adónde van?

Adónde va lo común, lo de todos los días,
el descalzarse en la puerta, la mano amiga.
Adónde va la sorpresa
casi cotidiana del atardecer,
adónde va el mantel de la mesa,
el café de ayer.
Adónde van los pequeños,
terribles encantos que tiene el hogar
acaso nunca vuelven a ser algo?
Acaso se van
¿Y adónde van
adónde van?

Adónde van, de Silvio Rodríguez

sábado, 14 de julho de 2007

Miguel Gila



Hoje fazem seis anos da morte de Miguel Gila, o maior monologuista do humor espanhol.
Aos 17 anos, durante a Guerra Civil, entrou como voluntário no Exército Republicano. Foi preso, dividiu a cela com o grande poeta Miguel Hernández. Uma noite ele e uns trinta companheiros foram fuzilados, mas "me fuzilaram mal e como eu era tão pouco importante, ninguém percebeu que não estava morto".
No cárcere começou a desenhar charges. Hemingway lhe-pagava drinques para ouvir suas histórias da Guerra Civil. Exilou-se na Argentina, onde ficou até 1985.
Seus monólogos, especialmente aqueles que reproduziam conversas no telefone são inesquecíveis e foram de uma arte maior para expressar com ironia dramas que ele conhecia bem, como a guerra e a pobreza.

- Aló... é o inimigo? Eu queria saber se vocês pensam atacar amanhã... Ah, é? E que horas seria isso, mais ou menos?... Nossa, tão cedo assim? Não da pra vir um pouquinho mais tarde? É que a essa hora a gente tá durmindo... Sei... E vocês vão ser muitos?... Caramba, tudo isso? Acontece que a gente não tem balas para tantos...

Miguel Gila (1919-2001)
Foto de Rafa Samano

quinta-feira, 12 de julho de 2007

A arte de William



"Isto é arte e eu quero aprender essa arte. Não me interessa nem um pouco o que você pensa".
William Hurt, ator

quarta-feira, 11 de julho de 2007

How Beautiful



How beautiful could a being be
How beautiful could a being be
(could a being be)
(could a being be)

How beautiful could a being be

How beautiful could a being be, de Moreno Veloso
Foto de Claudio Casanova
Lá fora chamam de minimalista. Eu chamo de samba de roda pro inglês ver

terça-feira, 10 de julho de 2007

Exorcismo



Escreva uma lista
com todos os seus medos
não é nenhuma farsa de new age
não é nenhuma onda de catarse
escreva tenho medo de você
mas tenho mais medo é de mim
de não dar certo de dar certo
de atiro atiro e não acerto
será ficar sem grana na velhice
ou na próxima semana
escreva tenho medo de me arrepender
porque arrependimento é sentimento
inútil fútil e banal porque o passado
já passou
escreva tenho medo de não estar fazendo
a coisa certa
de não estar à altura
de voar muito baixo
de não ser criativa nem bonita
nem gostosa ou competente
do meu peito cair e cairem as idéias
escreva tenho medo de pivete
arrogância indiferença egoísmo
fim de tarde mão vazia umbiguismo
doideira avião tabagismo taoísmo
dona rosinha mr bush onanismo
bicho desigualdade monarquia
escreva tenho medo de porcaria
mas escreva escreva escreva
o que é de medo tudo ou nada
escreva uma lista
com todos os seus medos
e vá no super vá no hiper
vá no fundo vá na igreja
vá no templo vá no tempo
vá no alto da floresta
escreva um final pra esse poema.

Exorcismo, de Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)
Foto de Danilo Pasquali


segunda-feira, 9 de julho de 2007

Neve


Pessoas assistem à nevada no obelisco. Hoje nevou em Buenos Aires depois de 89 anos


A única vez que tinha nevado foi em 22 de junho de 1918. A vista é da Plaza de Mayo

domingo, 8 de julho de 2007

Touro



Azul, blanco y añil,
postal y marinero.
De azul se arrancó el toro del toril,
de azul, el toro del chiquero.

¡Ay, guitarra de oro,
ay, guitarra de oro,
ay, toro por la mar, toro y torero!

Málaga, Málaga.

Málaga, de Rafael Alberti
Foto dos touros entrando na curva da rua Estafeta, no segundo encierro dos sanfermines

Gora San Fermín!



A San Fermín pedimos
por ser nuestro patrón
nos guíe en el encierro
dándonos su bendición.

¡Viva San Fermín!
Gora!

Antes do encierro, os moços cantam e pedem proteção a San Fermín, padroeiro da cidade de Pamplona.

sábado, 7 de julho de 2007

Sete




Boul ma sene, boul ma guiss madi re nga fokni mane
khamouma li neka thi sama souf ak thi guinaw
beugouma kouma khol oaldine yaw li neka si yaw
mo ne si man, li ne si mane moye dilene diapale

Roughneck and rudeness,
We should be using, on the ones who practice wicked charms
for the sword and the stone
bad to the bone
battle is not over
even when it's won
and when a child is born into this world
it has no concept
of the tone the skin is living in

It's not a second
7 seconds away
just as long as I stay
I'll be waiting

J'assume les raisons qui nous poussent de changer tout,
J'aimerais qu'on oublie leur couleur pour qu'ils esperent
beaucoup de sentiments de race qui font qu'ils desesperent
Je veux les portes grandements ouvertes,
des amis pour parler de leur peine, de leur joie
pour qu'ils leur filent des infos qui ne divisent pas
Changer

7 seconds away
just as long as I stay
I'll be waiting
It's not a second
7 seconds away
just as long as I stay
I'll be waiting

And when a child is born into this world
It has no concept
of the tone the skin is living in
and there's a million voices
and there's a million voices
to tell you what she should be thinking
so you better sober up for just a second

7 seconds away
just as long as I stay
I'll be waiting
It's not a second
7 seconds away
just as long as I stay
I'll be waiting

7 Seconds, de Jonny Dollar e Booga Bear
Hoje é o dia sete do mês sete do ano sete. Essa música, interpretada em uolof, francês e inglês por Youssou N'Dour e Neneh Cherry é contra o racismo. Fala dos sete segundos que uma criança tem desde seu nascimento até ter consciência da cor da sua pele.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Elli, de novo


No estúdio
Foto do produtor e companheiro de estrada Etienne Daho


No palco
Foto de Catherine Faux

Soulève-moi, Elli


Je suis fière de toi, comme une pute de son mac
Je me colle à toi même si ça me fout le trac
Je ne suis pas encore sortie de ma réserve :
une fleur prête à éclore, petite frappe qui s'énerve

Je te couvrirai de pétales de rose
Je te garderai, je suis ton chien, ta chose
Je t'attacherai avec sept cheveux rouges :
notre propre piège se resserre si tu bouges

Cogne-moi : les mots que tu me dis me cognent bas
tout le monde aux abris
tu dis “mon amour” et c'est un coup de poing
ça me coupe le souffle... soulève-moi

Je suis fière de toi comme une pute de son mac
Je suis à genoux : viens, amour, attaque...
Tes larmes et ta sueur sont l'encens et le miel :
crache-moi dessus mon coeur, et je monterai au ciel

Je te couvrirai d'or et de diamants
oui je veux sentir cette pointe d'argent
Et j'embrasserai le trottoir sous tes pas :
le seul choix dans la vie, c'est d'en avoir ou pas

Cogne-moi : les mots que tu me dis me cognent bas
tout le monde aux abris
tu dis “mon amour” et c'est un coup de poing
ça me coupe le souffle... soulève-moi

Pour toi je me ferai une bouche écarlate,
des cheveux de feu et des ongles de laque
la pointe de ta lame doucement sur la joue :
oh écrase-moi dans la boue

Je suis fière de toi comme une pute de son mac
Je veux tout de toi : les caresses et les claques
Tu déverses sur moi l'or de ta rivière
Je suis toutes tes femmes depuis la toute première

Cogne-moi : les mots que tu me dis me cognent bas
tout le monde aux abris
tu dis “mon amour” et c'est un coup de poing
ça me coupe le souffle... soulève-moi

Soulève-moi, de Elli Medeiros, Dimitri Tikovoi e Etienne Daho
Elli nasceu em Uruguai, morou um tempo em Buenos Aires e aos quatorze anos foi pra Paris. De lá pra cá virou atriz, cantora, cartunista, designer de jóias, pioneira e princesinha do punk francês, devota da deusa Patti -como todos nós-, capa da Melody Maker, capa da Playboy, namorada do Brian De Palma, mãe de família, camaleão, serpente de peles novas... sempre
Entre essas e outras, o ano passado lançou um disco fantástico que o Brasil merece conhecer.
O primeiro de setembro faz show em Buenos Aires.
Foto de Richard Dumas

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Kevin


To beast or not to beast, that is the hueso.

(¡Sarampión Mamá, que esto es contagioso!)

Me voy porque acá no se puede,
me vuelvo porque allá tampoco.
Me voy porque aquí se me debe,
me vuelvo porque allá están locos
Sur o no sur...

Me voy porque aquí no me alcanza,
me vuelvo porque no hay esperanza.
Me voy porque aquí se aprovechan,
me vuelvo porque allá me echan
Sur o no sur...

(Disculpe, ¿la embajada de Italia?)
No sé por qué pasa lo que me pasa,
quizás sea la vejez.
Quisiera quedarme aquí en mi casa,
pero ya no sé cuál es
Sur...

(¡A babor!)

No sé por qué pasa lo que me pasa,
quizás sea mi niñez.
Quisiera quedarme aquí en mi casa,
pero ya no sé cuál es...

(Me voy para la embajada,
me vuelvo por no estar visada
Me voy porque soy de por acá,
me vuelvo por ser un sudaca
Malaya, qué triste destino,
ser o no ser un argelino
Malaya, qué triste destino,
ser o no ser un marraschino...
)
Sur o no sur.

Sur o no sur, de Kevin Johansen, uma música que brinca e reflete sobre o ser ou não ser, o to be or not to be da encruzilhada que todos que fomos ou somos estrangeiros alguma vez debemos fazer frente. Ouvi muito essa música nos meus anos cariocas. Continuo ouvindo nos anos porteños.
Kevin nasceu na Alaska, morou em Nova Iorque e Buenos Aires e virou essa mistura toda. Ele é super estrangeiro. Ele é super argentino
Na foto do album pessoal, Kevin, de tour na Alemánia, tomando seu mate

terça-feira, 3 de julho de 2007

Cab



When the days are sad and long,
I just keep wandering on,
to the place I hear a call,
because the one I love is there;
back to the fields of cotton
to hear a Creole love song.

Creole Love Song, de Duke Ellington, Juan Tizol e Irving Mills, gravada por Cab Calloway em 1931
Foto de Cab Calloway de Milt Hinton

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Perdidos



Quando eu quis você
você não me quis
quando eu fui feliz
você foi ruim
quando foi afim
não soube se dar
eu estava lá
mas você não viu
Tá fazendo frio nesse lugar
onde eu já não caibo mais
onde eu já não caibo mais
onde eu já não caibo mais
onde eu já não caibo em mim

Quando eu quis você
você desprezou
quando se acabou
quis voltar atrás
quando eu fui falar
minha voz falhou
tudo se apagou
você não me viu
Tá fazendo frio nesse lugar
onde eu já não caibo mais
onde eu já não caibo mais
onde eu já não caibo mais
onde eu já não caibo em mim

Mas se eu já me perdi
como vou me perder?
se eu já me perdi
quando perdi você
Mas se eu já te perdi
como vou me perder?
se eu já me perdi
quando perdi você

2 perdidos, de Dadi e Arnaldo Antunes
Foto de Débora Falabella em Dois perdidos numa noite suja, filme de José Joffily baseado na peça de Plínio Marcos

domingo, 1 de julho de 2007

Eu morei na sua rua


Eu morei na sua rua
paralelo ao descontrole
fogões usados, despachos
noites de segunda-feira
fim de tarde com as velhas
suas roupas coloridas
seus cachorros diminutos
fim de noite com as putas
arroz branco no Nogueira
numa esquina o maluco
dirige o tránsito sério
feito guarda municipal
e os evangélicos cantam
por atalho celestial
Eu morei na sua rua
fim de feira é um real
maresia padaria
cheiro de alho total
Pão de açúcar saideira
solidão que não demora
aberta vinte e quatro horas

Eu morei na sua rua, de Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)
Foto do Lido, Copacabana, Rio de Janeiro, em 1923