quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Quais Direitos Humanos?


No mesmo dia em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos é comemorada no mundo inteiro, os mesmos jornais que informam sobre o aniversário, publicam notícias que deixam aquela declaração como uma brincadeira de mau gosto. É certo que aquela determinação de 1948 surgiu em um mundo que saia das atrocidades do regime nazista e as mazelas da Segunda Guerra Mundial. E que o tratado estabelece uma ordem para as questões básicas de organização da igualdade das nações.
Mas hoje mesmo, uma manchete do jornal argentino Clarín diz que a fome no mundo aumentou em 2008. Por causa do preço dos alimentos o planeta tem hoje mais quarenta milhões de famintos que o ano passado. A cifra é assustadora: 963 milhões de pessoas não possuem o sustento básico para viver. São informações da FAO, organismo da ONU.
Ao mesmo tempo, a própria ONU reconhece que não será possível atingir o objetivo traçado em 2000 de acabar com a pobreza extrema até 2015, por causa da mudança climática que está gerando mais pobreza.
Em contraposição com esses dados, deixo aqui o Artigo XXV da Declaração que hoje faz sessenta anos.

1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio gozarão da mesma proteção social.

Enquanto isso, continua sendo mais importante salvar bancos do que salvar pessoas.
E mole ou quer mais?

Foto da Agência EFE de um pescador andando na reserva seca de Lam Takhong Dam, na Tailándia

5 comentários:

Anônimo disse...

A leitura dos Direitos humanos é bonita, quase poética. Porém, pouco eficaz. Na visão de uns, bancos são mais importantes. Os direitos Humanos deveriam ser indiscutivelmente protegidos e feitos acontecer. Mas, enquanto a hipocrisia do "manda quem pode, obedece quem tem juízo" valer, os direitos humanos continuarão sendo uma bela leitura no papel.. Beijos,Juan!

Anônimo disse...

Pois é amigo Juan, é tudo muito bonitinho no papel, ou na cabeça de alguns "humanistas" no entanto não é o que vemos, a realidade é muito diferente do que se prega por aí.
Por isso é que sou a favor de "direitos humanos é para humanos direitos", porque a realidade é que os humanistas vêm com este discurso só quando algum criminoso é preso e maltratado, mas ninguém vê que o que se planta é o que se colhe, inclusive é bíblico, ou seja, não têm jeito não: Não erreis: "Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará." Gálatas 6.7.
Não é mole não, infelizmente este é o mundo em que vivemos, pessoas são menos valorizadas que objetos, é o tal mundo capitalista.
Saúde, paz e sucesso!
Abrao,
Moura

Mara* disse...

Enquanto isso, continua sendo mais importante salvar bancos do que salvar pessoas. É mole ou quer mais?

Não quero mais não meu amigo, isso já dá um grande nó no meu cérebro!

Mara* disse...

Enquanto isso, continua sendo mais importante salvar bancos do que salvar pessoas. É mole ou quer mais?

Não quero mais não meu amigo, isso já é suficiente para dar um grande nó no meu cérebro.

Mara* disse...

Recebi este texto e sem autoria, infelizmente. Pesquisando para saber de quem é vi que ele corre pelos blogs e é uma pena que, mesmo sem ser identificado o autor, esteja em blogs e não na mídia.

‘Vou fazer um slideshow para você. Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes. Quem sabe até já se acostumou com elas. Começa com aquelas crianças famintas da África. Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele. Aquelas com moscas nos olhos. Os slides se sucedem. Êxodos de populações inteiras. Gente faminta. Gente pobre. Gente sem futuro. Durante décadas, vimos essas imagens. No ‘Discovery Channel’, na ‘National Geographic’,
nos concursos de foto. Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados. São imagens de miséria que comovem. São imagens que criam plataformas de governo. Criam ONGs. Criam entidades. Criam movimentos sociais. A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza. Ano após ano, discutiu-se o que fazer. Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta. Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo. Resolver, capicce? Extinguir. Não
haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta. Não sei como calcularam este número. Mas digamos que estejasubestimado. Digamos que seja o dobro. Ou o triplo. Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo. Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse. Não houve documentário, ONG, lobby ou pressão que resolvesse. Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia’.