quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Aos pés do congar


Não é que eu não percebo as coisas
eu percebo as coisas
mas deixo acontecer
vejo os dentes derruídos
o canibal mexicano
as mãos apertadas
o demónio no olhar
Babilônia tá bombando
Mãe de Aruanda
estou aos pés do congar
porque eu percebo as coisas
vejo culpa porque vejo
vejo sangue olho cego
vejo flash férula fé
um deserto em Mauritânia
eu não mereço você.

Aos pés do congar, de Juan Trasmonte (Creative Commons)
Foto minha do congar da sala, onde meu pai Oxossi cuida do Poetinha e de Dorival

Um comentário:

Bernardo Guimarães disse...

que beleza, Juan, ver o velho e o poetinha guardados por oxóssi, a seu pedido.