quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Amor branco



Agora é branco
agora não é mais branco
branco nosso amor
e o silêncio teu
amor branco persegue pureza
eu não toco você por ausência
amor branco esconde matizes
lados negros e cinzas
ruido branco se faz no silêncio
amor branco disfarça essa farsa
é um branco mais branco que a morte
é um branco que brada na barca
que vagueia entre as ondas do mar
sem tinta nem pinta nem traço
alvorada dos cegos que tramam
a vingança das cores perdidas
era branco é luz é mais nada
saltimbanco das linhas da mão.


Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)
Foto de Hague

2 comentários:

Anônimo disse...

Amor branco de cegueira,
Branco de todas as cores!
Belo!

Juan Trasmonte disse...

Muito obrigado, Ana!
Ainda bem que somos vários os cegos que tramamos "as vinganças das cores perdidas".