quarta-feira, 28 de maio de 2008

Lembrar Newton Mendonça é justo e necessário



Briga nunca resolveu
Não adianta chorar
O nosso amor não morreu
Podes voltar, deves voltar
O meu amor foi sincero
Talvez sincero demais
Se eu fingisse ninguém saberia
O que a verdade me faz
E quando o dia amanhece
Fico a lastimar
Na noite em que não dormia
Passei a chorar, a chorar
Se é verdade que o amor ilumina
Nossas vidas sem luz sem calor
Eu repito baixinho, baixinho
Podes voltar, deves voltar.

Brigas (Deves voltar), de Newton Mendonça e Tom Jobim

"Era tudo misturado", respondia Tom Jobim quando teimavam em lhe-perguntar como funcionava a parceria entre ele e Newton Mendonça. Mas o Tom nunca deu maiores detalhes sobre o assunto.
O seu biografo Marcelo Câmara, descreve Newton como um garoto quase autodidata que aprendeu as primeiras lições de violino e piano com a mãe. Sozinho, ele sentou ao piano por mais de oito anos. Oduvaldo Lacerda dizia uma frase bela: "arrancava a música dele".
Só João Gilberto e Baden parece que conseguiam decifrar qual parte era "jobiniana" e qual "mendonçana" nas maravilhosas Meditação, Desafinado e Samba de uma nota só, por citar as mais populares do encontro artístico deles. Deixo aqui a letra de uma das esquecidas, a belíssima Brigas (Deves voltar).
No ano em que a velha nova bossa nova faz cinqüentinha, é justo e necessário lembrar Newton Mendonça que nem sequer, chegou a viver a consagração da batida diferente.

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