quinta-feira, 29 de maio de 2008

Chesterton, a imprensa e a lei


Eu não negaria uma entrevista nem sequer a um jornal de propriedade de um desses milhonários capitalistas que detesto. Hoje em dia a imprensa só se faz eco dos poderosos. Seu verdadeiro objetivo deveria ser oferecer ao público a oportunidade de expor os seus pontos de vista.
Bem, de que quer que eu fale agora? Tenho disposição para lhe-oferecer minha opinião sobre qualquer assunto, mesmo se eu não souber nada a respeito.
Eu não sou um imperialista no sentido moderno do termo; a única teoria do imperialismo que acho sólida é a de Dante. Ele defendia o Império romano como o melhor governo humano, sobre a base incontestável de que o melhor governo humano provavelmente crucificaria Deus. César tinha que respeitar as leis porque Cristo tinha que morrer nas mãos da lei.

Esse monólogo é a introdução que o escritor, poeta e teólogo Gilbert Keith Chesterton fez quando foi entrevistado pelo jornalista e biógrafo Hugh Lunn, em 1912.
Conhecido pelas histórias de detetives em série protagonizados pelo personagem do padre Brown, G.K. foi um ensaísta polêmico, estudoso de São Francisco de Assis e também tomista. E retratado por Lunn nessa entrevista como um homem desencantado por baixo da aparência afável.

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