sábado, 5 de abril de 2008

Je vous appelle!



Duas vezes obra prima do diretor Abel Gance, primeiro em 1917, no cinema mudo, e depois em 1937, com um trabalho inesquecível do ator belga Victor Francen, J'Accuse -infelizmente- continua vigente na sua mensagem anti belicista.
Gance não foi a combater na Primeira Guerra Mundial porque tinha padecido tuberculose. Em troca fez esse filme maravilhoso onde un poeta chama um exército de mortos da guerra para despertar a consciência e evitar uma nova guerra.
O filme e seu asunto voltaram à tona vinte anos depois, com o perigo iminente da Segunda Guerra. E a fatalidade aconteceu. Ainda hoje é de arrepiar a cena em que o personagem de Francen (que nesse ano só fez cinco filmes!) chama aos mortos pra otorgar um sentido ao sacrifício. Je vous appelle! Je vous appelle! grita ele, e os mortos vivos que devem ter inspirado George Romero, emergem da terra.
Frequentador da vanguarda parisina do início do século vinte, Abel Gance ficou mais famoso pelo seu Napoleão. Ele foi um inovador na técnica do cinema, criando recursos que depois seriam revolucionários, como os antecedentes do cinemascope e do steady-cam

Cena do filme J'Accuse, de 1917 e foto do diretor Abel Gance

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