segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Dor no tempo



A dor quando é do outro
dói no osso
no osso que quebrou e fez barulho
no osso que é fraco e já foi duro
a dor quando ela passa deixa marca
e deixa um cansaço de estação
a dor um dia para e vem alívio
o tempo é que não para de doer
o tempo é que não para de passar
parece um abajur feito na China
que gira gira gira gira gira gira
a gente fica olhando hipnotizado
uma fragilidade de papel
semelha o tempo
eu quis sentar no corredor
e abraçar à espera
mas qual é a maneira de conter a dor
porque a dor não tem horário de visita.

Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)
Foto de Guy Le Querrec

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