terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Songhai




Em 1988 os irmãos Carmona, do grupo espanhol Ketama conheceram em Londres o músico de Mali, Toumani Diabaté. Foi no apartamento da produtora Lucy Durán, que comemorava o aniversário dela.
Foi amor à primeira vista. Mal podiam falar entre eles, os flamencos do lendário clã dos Habichuela falavam espanhol e Toumani francês e inglês. Não foi empecilho. Poucos meses depois foi editado Songhai, um álbum imprescindível de encontro de culturas, mal chamado de "música do mundo", onde também participa o contra-baixista inglês Danny Thompson.
O trabalho de Ketama na divulgação internacional do flamenco foi fundamental. Eles foram muitos curiosos com outras expressões musicais, se bem no final ressolveram se abrir a um ámbito mais pop, o que não é um demérito mas uma escolha que, no caso, não produziu obras comparáveis aos primeiros discos.
Já Toumani leva seu sobrenome ligado a sua tradição de griot, que em Mali vai muito além do puramente artístico. Eles podem ser conselheiros matrimoniais e assessorar políticos. Então, Toumani é um dos maiores intérpretes do kora, aquele instrumento de cordas com uma grande barriga, e também um narrador de tradições da etnia dos mandinga do nordeste de Mali.

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