01. Porque você não vem morar comigo (Chico César)
Arranjo de cordas maravilhoso de Mário Manga para o Quinteto da Paraíba e os versos certeiros de Chico César "dizem que o amor a amizade estraga e esta a este tira-lhe o vigor"
02. Fogueira (Angela Rô Rô)
Notável retrato da espera amorosa, dilacerante na voz da autora
03. Boi de haxixe (Zeca Baleiro)
O nordeste festivo, celebratório em música e letra de Zeca. "Um céu cheio de estrelas feitas com caneta Bic num papel de pão". Uma zecada.
04. Quem vem pra beira do mar (Dorival Caymmi)
Toada de 1954, com essa simplicidade implacável de Caymmi na versão original e que tem uma releitura ótima e auto-referente de Adriana Calcanhotto, gaúcha no exílio carioca que “nunca mais quer voltar”
05. Trocando em miúdos (Chico Buarque – Francis Hime)
Uma das parcerias geniais de Chico com Francis. Essa música faz trinta anos e continua perfeita na encenação do fim do amor: “uma saideira, muita saudade, e a leve impressão de que já vou tarde”
06. Felicidade (Lupicínio Rodrigues)
Uma toada singela de onze versos que mostra a qualidade de compositor de Lupicínio. Thedy Corrêa fez uma versão bacana no seu Loopcinio, co-produzido por ele e Sacha Amback
07. Corcovado (Tom Jobim)
Composta no famoso apartamento da rua Nascimento Silva, 107, só depois de muito tempo fui saber que a imagem do Corcovado que Tom via desde a janela tinha inspirado esses versos “da janela vê-se o Corcovado o Redentor, que lindo". Isso porque quando eu fui ao Rio pela primeira vez fiquei num hotel em Ipanema e tive essa mesma sensação toda vez que chegava na janela, à noite.
08. Marcha da quarta-feira de cinzas (Vinicius de Moraes – Carlos Lyra)
Também relacionada com minha história pessoal com o Rio e aquela primeira viagem, que foi poucos dias apôs a partida do Poetinha. Mas os versos “é preciso cantar e alegrar a cidade” tem a ver com a volta para uma Buenos Aires cinza, na época da ditadura, quando o que imperava nas ruas era o silêncio mesmo.
09. Apelo (Vinicius de Moraes – Baden Powell)
Difícil escolher uma versão dessa música que acompanhou várias das minhas dores de cotovelo adolescentes. Fico com a de Elizeth Cardoso, a de Bethânia, e a de Vinicius-Toquinho com o Soneto da separação no meio, recitado pelo autor. Mais uma da sociedade rica e breve de Vinicius e Baden.
10. Océano (Djavan) Essa já me fez chorar também tanto na versão do Djavan quanto na de Caetano. “Longe de ti tudo parou” e “amar é um deserto e seus temores” são fatais com as roupas dessas harmonias que só Djavan faz.
Começa aqui minha versão das dez mais da música popular brasileira, que como toda seleção pessoal é “caprichosa” e “antojadiza”, ou seja totalmente subjetiva. Esta coletánea será entregue em capítulos porque, lógicamente, são muitas mais de dez.Do resto, o que poderia aparecer como um paradoxo, não é. Uma canção considerada “triste” pode emocionar até o osso. E a qualidade da emoção na música e na palavra cantada é para mim motivo de felicidade. Eis aqui a primeira parte da minha lista impura, pois como disse Torquato Neto "a pureza é um mito".
Arranjo de cordas maravilhoso de Mário Manga para o Quinteto da Paraíba e os versos certeiros de Chico César "dizem que o amor a amizade estraga e esta a este tira-lhe o vigor"
02. Fogueira (Angela Rô Rô)
Notável retrato da espera amorosa, dilacerante na voz da autora
03. Boi de haxixe (Zeca Baleiro)
O nordeste festivo, celebratório em música e letra de Zeca. "Um céu cheio de estrelas feitas com caneta Bic num papel de pão". Uma zecada.
04. Quem vem pra beira do mar (Dorival Caymmi)
Toada de 1954, com essa simplicidade implacável de Caymmi na versão original e que tem uma releitura ótima e auto-referente de Adriana Calcanhotto, gaúcha no exílio carioca que “nunca mais quer voltar”
05. Trocando em miúdos (Chico Buarque – Francis Hime)
Uma das parcerias geniais de Chico com Francis. Essa música faz trinta anos e continua perfeita na encenação do fim do amor: “uma saideira, muita saudade, e a leve impressão de que já vou tarde”
06. Felicidade (Lupicínio Rodrigues)
Uma toada singela de onze versos que mostra a qualidade de compositor de Lupicínio. Thedy Corrêa fez uma versão bacana no seu Loopcinio, co-produzido por ele e Sacha Amback
07. Corcovado (Tom Jobim)
Composta no famoso apartamento da rua Nascimento Silva, 107, só depois de muito tempo fui saber que a imagem do Corcovado que Tom via desde a janela tinha inspirado esses versos “da janela vê-se o Corcovado o Redentor, que lindo". Isso porque quando eu fui ao Rio pela primeira vez fiquei num hotel em Ipanema e tive essa mesma sensação toda vez que chegava na janela, à noite.
08. Marcha da quarta-feira de cinzas (Vinicius de Moraes – Carlos Lyra)
Também relacionada com minha história pessoal com o Rio e aquela primeira viagem, que foi poucos dias apôs a partida do Poetinha. Mas os versos “é preciso cantar e alegrar a cidade” tem a ver com a volta para uma Buenos Aires cinza, na época da ditadura, quando o que imperava nas ruas era o silêncio mesmo.
09. Apelo (Vinicius de Moraes – Baden Powell)
Difícil escolher uma versão dessa música que acompanhou várias das minhas dores de cotovelo adolescentes. Fico com a de Elizeth Cardoso, a de Bethânia, e a de Vinicius-Toquinho com o Soneto da separação no meio, recitado pelo autor. Mais uma da sociedade rica e breve de Vinicius e Baden.
10. Océano (Djavan) Essa já me fez chorar também tanto na versão do Djavan quanto na de Caetano. “Longe de ti tudo parou” e “amar é um deserto e seus temores” são fatais com as roupas dessas harmonias que só Djavan faz.
Começa aqui minha versão das dez mais da música popular brasileira, que como toda seleção pessoal é “caprichosa” e “antojadiza”, ou seja totalmente subjetiva. Esta coletánea será entregue em capítulos porque, lógicamente, são muitas mais de dez.Do resto, o que poderia aparecer como um paradoxo, não é. Uma canção considerada “triste” pode emocionar até o osso. E a qualidade da emoção na música e na palavra cantada é para mim motivo de felicidade. Eis aqui a primeira parte da minha lista impura, pois como disse Torquato Neto "a pureza é um mito".
10 comentários:
Ju, vc não gosta da versão de Apelo com a Maísa? É preciosa tb e uma daquelas da minha infância. Mas eu amo a Elizeth Cardoso tb, fica valendo, com certeza.
Belíssima seleção, amigo. Precisamos trocas muitas figurinahs sobre música. Agora, tem uma versão de uma música do Caetano que vc nunca viu e que eu acho que é a melhor de todas... Quem sabe um dia te conto...
Besotes!
Letícia.
Le, sempre achei Maysa meio over, mas claro que reconheço seu valor. Fiquei curioso com essa versão do Caetano, o que será?
Sim, aliás, não tem uma ordem nessas músicas, nem de valor, nem de nada. Um dia de bobeira comecei a listar e quando percebi já tinha mais de cinqüenta.
Irei postando...
beijos!
Vou fazer uma lista fora da ordem, sem comentários, coisa rápida, mas poderia batizá-las como "músicas brasileiras que me fazem sentir alegria". Fazer feliz já é um conceito mais amplo...
1) "Fé Cega, Faca Amolada", com Doces Barbaros
2) "Fruto Proibido", Rita Lee & Tutti Frutti
3) "A Menina Dança", Novos Baianos
4) "Namorinho de Portão", Gal Costa
5) "Nuvem Cigana", Clube da Esquina
6) "Ladeira da Preguiça", Elis Regina (canção do Gil)
7) "Carinhoso", Pixinguinha
8) "Passaredo", Chico Buarque
9) "Trem das Onze", Adoniran Barbosa (em homenagem ao meu bairro)
10) "Bete Balanço", Barão Vermelho
Que venham mais listas, sejam as músicas "tristes" ou "alegres"! Aliás, eu não tenho nada contra músicas "tristes"; muitas delas são mesmo tão belas que me deixam feliz ao ouvi-las, até quando dilaceram, como "Fogueira" (ou "Escândalo", também da Rô Rô).
Beijo!
Juan,
Com mais tempo irei pesquisar as musicas.
Devem ser lindas para ouvir,com uma qualidade superior.
Vou guardar também os seus comentários sobre elas,para as compreender melhor.
Um bom domingo amigo,
joao
Belíssima seleção, Ré! Aliás vc é especialista em listas no teu blog.
besos
Alana, que bom te ver por aqui de novo, á estava sentindo falta. Obrigado, querida.
Obrigado pelo apoio, João.
Grande abraço
Juan,
Sua seleção musical é impecável, de muito bom gosto. Poucos são os que, hoje, conhecem “Trocando em miúdos” e, menos ainda, aqueles que simultaneamente sabem da existência de Ângela Rô Rô, Chico César e Lupicínio. Parabéns pela amplitude. Mesmo que incompleta, para nosso regozijo, há muitas outras seleções que você poderá fazer(!).
Uma sugestão: se possível agregue links para vídeos disponíveis.
Pemg
Muito obrigado, Pemg!
Realmente essa é só uma das muitas que podem se fazer. De fato, ja fiz mais uma com outras dez e outra com dez artistas menos divulgados.
Sou meio resistente a colocar vídeos aqui, por ser um blog de palavra e fotografia, mas vou considerar sua sugestão para esses casos. Obrigado de novo
Abs.
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