quinta-feira, 31 de maio de 2007

Mestre Monarco



Tudo que quiseres
te darei ó flor
menos meu amor.
Darei carinho
se tiveres a necessidade
e peço a deus
para lhe dar
muita felicidade
infelizmente
só não posso ter-te para mim
coisas da vida
é mesmo assim.
Embora saiba
que me tens tão grande adoração
eu sigo a ordem
e essa é dada por meu coração
neste romance
existem lances sensacionais
mas te dar o meu amor, jamais

A gente ama verdadeiramente
uma vez
outras são puras fantasias
digo com nitidez
mais uma história de linguagens
sensíveis e reais
o que quiseres
mas, o meu amor, jamais.

Tudo menos amor, de Monarco e Walter Rosa
Foto de Marcos André Pinto

quarta-feira, 30 de maio de 2007

La Fura



Tantos anos de estrada e La Fura dels Baus continua comovendo.
Estreia do espetáculo Dreams in Flight em Cingapura
Foto de Nicky Loh

terça-feira, 29 de maio de 2007

Geraldo Filme



Meu bem eu vou me embora
não fique triste mulher de malandro não chora

Eu fiz de tudo para ser bom operário
veio a crise financeira eu perdi o meu trabalho
vou com o sol volto com a luz da lua
Oh meu bem não fique triste dinheiro se ganha na rua

Meu bem eu vou me embora
não fique triste mulher de malandro não chora

Dê um beijo nos negrinhos, vou ganhar o nosso pão
carregar algumas malas lá na porta da estação
engraxar sapato e bota, carregar cesto na feira
alugar uma casaca, ser garçon de gafieira

Meu bem eu vou me embora
não fique triste mulher de malandro não chora

Hoje vou jogar no bicho, minha jura quebrarei
quero ver se aumento um pouco sobre aquele que eu ganhei
Oh meu bem não tenha medo pois o jogo não dá nada
para tudo da-se um jeito a polícia é camarada.

Meu bem eu vou me embora
não fique triste mulher de malandro não chora

Vou vender bala de coco, barbatana e rapadura
Oh meu bem só tenho medo do fiscal da prefeitura
pra arrumar algum dinheiro, garantir nossa gordura
vou em algum velório de rico, vou chorar na sepultura.

Mulher de malandro, de Geraldo Filme

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Contrabando no peito



Madrepérola roubada
da entranha da praia
malabar escancarado
maracatu malfadado
portento mal havido
contra-mão na vitrine
contrabando no peito
é so atravessar a raia.

Contrabando no peito, de Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)

domingo, 27 de maio de 2007

Freddie


Another party's over
and I'm left cold sober
My baby left me for somebody new
I don't wanna talk about it
want to forget about it
I'm intoxicated with that special brew

So come and get me, let me
get in that sinking feeling
that says my heart is on an all time low - so
don't expect me
to behave perfectly
and wear that sunny smile
My guess is I'm in for a cloudy and overcast
Don't try and stop me
'cause I'm heading for that stormy weather soon

I'm causing a mild sensation
with this new occupation
I'm permanently glued
to this extraordinary mood, so now moveover
and let me take over
with my melancholy blues

I'm causing a mild sensation
with this new occupation
I'm in the news
I'm just getting used to my new exposure
So come into my enclosure
and meet my melancholy blues

My melancholy blues, de Freddie Mercury
No habrá ninguno igual

El Viejo




"O drama de todo desenhista é ter que ganhar a vida desenhando"

Alberto Breccia, a quem todos chamavam de El Viejo, grande mestre do comic.
A imagem pertence ao seu Sherlock Time, que tinha roteiro de H.G. Oesterheld


sábado, 26 de maio de 2007

Titia Rita



Está aberta a CPI da cidadania.
Ziraldo, você só é dez anos mais velho do que eu. Sou jovem, vou começar a minha Garota de Ipanema agora. Eu acho que vou começar a minha Garota de Ipanema agora. Obrigado por este Oscar da cidadania que é a cidadania carioca.
Eu sou paulista, branquela, sem samba no pé. Moro em São Paulo há 60 anos, gosto do cheiro de merda do rio Tietê, que só quem é paulista sabe apreciar. Adoro os grafiteiros, nenhuma outra cidade brasileira tem grafites tão legais. I love São Paulo, mas acho que é a menos brasileira das cidades, a que mais recebe gente de fora.
Aqui no Rio eu chego no Brasil, quero logo tirar a roupa, viro Carmem Miranda. A minha irmã Virginia conheceu a cidade primeiro e voltou cheia de cartões postais. Eu, pequenina, roendo de inveja, roubei todos. Eu só vim pra cá aos 19 anos, quando o Gilberto Gil, pai da Preta Gil, foi falar com meu pai que eu não podia mais estudar comunicação, que eu ia comunicar direto.
Vim com 19 anos e, quando cheguei, passei doze horas andando e babando... Olha o Pão de Açúcar, olha o Cristo Redentor! E os cariocas nem aí... No Rio até crítico de música falava bem de mim. O Rio da bossa nova, do carnaval. Quero ser madrinha de bateria.
O Rio continua lindo e continua a ser a capital do Brasil. I love Rio de Janeiro e espero levar para onde for esse amor que vocês me dão.

Discurso de Rita Lee na Câmara dos Vereadores ao ser declarada cidadã do Rio de Janeiro.
Foto de Patricia Albuquerque

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Chilango


Ya chole chango chilango
que chafa chamba te chutas
no checa andar de tacuche
y chale con la charola.

Tan choncho como una chinche,
más chueco que la fayuca,
con fusca y con cachiporra
te paso andar de guarura.

Mejor, yo me echo una chela
y chance enchufo una chava,
chambeando de chafirete
me sobra chupe y pachanga.

Si choco saco chipote,
la chota no es muy molacha,
chiveando a los que machucan,
se va a morder su talacha.

De noche, caigo al congal.
"No manches", dice la changa.
Al chorro del teporocho,
enchifla pasa la pacha.

Pachucos cholos y chundos,
chinchinflas y malafachas.
Acá los chómpiras rifan
y bailan tibiritabara.

Mejor, yo me echo una chela
y chance enchufo una chava,
chambeando de chafirete
me sobra chupe y pachanga.

Mi ñero mata la vacha
y canta la cucaracha
su choya vive de chochos
de chemo, churro y garnachas.

Pachucos, cholos y chundos,
chinchinflas y malafachas.
Acá, los chómpiras rifan
y bailan tibiritabara.

Transando de arriba abajo,
ahí va la chilanga banda
chinchín si me la recuerdan
carcacha y se les retacha.

Chilanga banda, de Jaime López
A música ficou famosa depois que o Café Tacuba gravou, mas o autor é Jaime López, figura emblemática do rock mexicano.
A letra humorada é um glossário de gírias mexicanas, usei muito na época que dei aulas de espanhol no Rio para trabalhar a pronúncia do ch, e também para fazer brincadeira com os estudantes que davam uma de experts e achavam que com um ano de aulas já sabiam tudo de espanhol.
O pessoal do DF é chamado de chilango, então a tradução do título seria Banda da capital. Tenho uma tradução para a gíria argentina (lunfardo)
Foto de María Eugenia Arenas

terça-feira, 22 de maio de 2007

But nooooo !!!




"I give so much pleasure to so many people. Why can I not get some pleasure for myself?"

A frase é de John Belushi. O título da postagem era um dos seus chavões.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

La Deffenti




Gaúcha, da terra que pariu Elis e Adriana Calcanhotto, espalha o prazer de cantar e nós-faz redescobrir o prazer de ouvir. Soma culturas, cantora do Mercosul, vai do Luiz Tatit ao Cerati, do Herbert Vianna ao candombe do Eduardo Mateo, da zamba ao samba.
Vai apresentar seu disco na Argentina no Festival Jazz y Otras Músicas, nessa quarta-feira às 19.30 hs no Dorrego - Escenario Celeste.
Olha pro céu, meu amor... Uma estrela rara vai brilhar no céu porteño.

Foto de Mauro Vieira

domingo, 20 de maio de 2007

João do Pulo



Pulou o Brasil do tri
pulou e tremeu de dor
ao ver o pulo do gato cortado
cortada a perna de luz, cortada
a claridade do raio de Xangô

Fechou o Brasil do tri
tristetritrovejou
de dor o povo pulou pra frente
semente o sangue do herói, sente
- Ô, pula João! Ô, Kawô, Xangô!

João como um João qualquer
João de sangue afro-tupi
de príncipe a escravo a preto-fôrro
de operário a novamente herói do morro

Aprendeu a resistir
na favela, a tribo passa fome de cachorro
é um osso duro de roer
mas toda a resistência corre em meu socorro

Valoriza, herói, todo sangue derramado afro-tupi!
Combate, Male! Dá três pulos aí Saci!
Se atira no espaço por nós, Zumbi!
Joga a chibata, João, no mar que te ampliou!
Ah, olha o raio de luz: Kawô, Xangô!
Nosso país infeliz também pulou.

João do Pulo, de Aldir Blanc e João Bosco, dedicado a João Carlos de Oliveira, o João do Pulo e ainda com a fantástica metáfora de Aldir sobre o fim da falsa ilusão dos anos setenta

sábado, 19 de maio de 2007

Cicatriz



Cicatriz eu levo
atravessando o dedo
caco de vidro no dedo
por pegar bola do outro lado da parede
cicatriz eu levo
de lado a lado no lábio
balanço e caio e sangro
cicatriz é marca que abre lembrança
cicatriz eu levo atrás do joelho
cicatriz é signo na carne do tempo
é uma outra pele em cima da pele
cicatriz carrego não tatoo nem piercing
cicatriz ferida aberta já foi
cicatriz eu levo calei chamariz
rio das pedras no mapa da idade
levo cicatriz por você eu levo
mas se um dia ela chegasse a abrir
eu não vou fechar vai por mim
eu não fecho.

Cicatriz, de Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)
Foto de 1906 da Falha de Santo André

D2



Sorria meu bloco vem bem descendo a cidade
vai haver carnaval de verdade
o samba não se acabou

Sorria o samba mata a tristeza da gente
quero ver o meu povo contente
do jeito que o rei mandou

O rei mandou a gente se ajudar
o rei mandou o povo se agilizar
o rei mandou a gente olhar prá frente
na verdade o parceiro rei tá dentro da mente

Partideiro indigesto eu sou e sei que sou
a procura da batida eu vou e vou que vou
o flagrante tá na mente acabou acabou
fecha a conta e passa a régua que eu tô que tô

Muito respeito aos arquitetos da música brasileira
os verdadeiro é aqueles que nunca tão de bobeira
que no quintal ou na escola o samba é de primeira
poeta operário de segunda à segunda-feira

Tá na hora de bater essa parada
da mesa ser virada
de bora com a conversa fiada
bate forte no meu peito
do jeito que não tem fim
bate surdo agogo pandeiro e tamborim

Sorria meu bloco vem bem descendo a cidade
vai haver carnaval de verdade
o samba não se acabou

Sorria o samba mata a tristeza da gente
quero ver o meu povo contente
do jeito que o rei mandou

Então chega prá cá que o bloco chegou
o samba não se acabou
não adianta reclamar que não tem caô
o que passou passou

Um carnaval diferente foi o que o rei mandou
e é nesse que eu vou
e nem importa qual direção que eu tô

Simbora !

Produto nacional de exportação do bom
identidade nacional só prá quem tem o dom
vacilou sambou literalmente na parada
essa é pra deixar qualquer cadeira quebrada

Quem diz que o povo esquece facilmente
te engana novamente
não quer que voce olhe prá frente
Força e coragem prá enfrentar tudo o que vem
Diz que tem
Diz que tem
Diz que tem também

Sorria....

Muito respeito aos verdadeiros arquitetos da música brasileira
Comigo:
Eu digo Chico Science (Chico Science)
Eu digo Cartola (Cartola)
Eu digo Jovelina (Jovelina)
Eu digo Tom Jobim (Tom Jobim)
Eu digo Candeia (Candeia)
Eu digo João Nogueira (João Nogueira)
Eu digo a Dona Neuma (Dona Neuma)
Tim Maia (Meu Amigo)

Re-Batucada, de Marcelo D2

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Rockwell


New Kids in the Neighborhood, ilustração de 1967 do sempre incrível Norman Rockwell



quarta-feira, 16 de maio de 2007

Um mundo perfeito



O personagem de Butch Haynes (Kevin Costner) e o Terry estão no carro, criminosos forajidos que acabam de seqüestrar o pequeno Phillip (T.J. Lowther). Aí acontece o seguinte diálogo entre Butch e Terry.
Butch: Você esta me ameaçando
Terry: Isso não é ameaça. É fato.
Butch: Garoto vem cá, pega o volante aqui
(Aí o Phillip morrendo de medo senta no lugar do Butch e tenta segurar o volante. Butch vira pro Terry)
Butch: Daqui a dois segundos eu vou quebrar seu nariz. Isso é ameaça.
(Antes de Terry ter tempo de reagir, Butch quebra o nariz dele de um soco, e tira da mão dele o revólver)

Butch: Isso é fato.
Terry: (Com o nariz sangrando) Eu te mato.
Butch: Isso é ameaça. Você está entendendo a diferênça?

Do roteiro de John Lee Hancock para o filme de 1993, A perfect World (Um mundo perfeito), de Clint Eastwood. Num mundo perfeito as pessoas assistiriam esse filme uma vez por mês.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Augusto dos Anjos



No meu peito arde em chamas abrasada
a pira da vingança reprimida,
e em centelhas de raiva ensurdecida
a vingança suprema e concentrada.

E espuma e ruge a cólera entranhada,
como no mar a vaga embravecida
vai bater-se na rocha empedernida,
espumando e rugindo em marulhada.

Mas se das minhas dores ao calvário,
eu subo na atitude dolorida
de um Cristo a redimir um mundo vário,

em luta co’a natura sempiterna,
já que do mundo não vinguei-me em vida,
a morte me será vingança eterna.

Soneto de Augusto dos Anjos

domingo, 13 de maio de 2007

Imigrantes (III)




Chegada de imigrantes nas Ilhas Canarias
Foto da Agencia EFE

sábado, 12 de maio de 2007

Vó Maria


"Olha, eu hoje digo pras colegas da minha idade, que não façam conforme eu fiz! Não pensem! Vão em frente, cantando, sejam alegres!"

Vó Maria gravou seu primeiro disco com 92 anos. Não participava muito das rodas de samba porque o marido Donga -ele mesmo- ficava com ciúmes dos olhares dos outros bambas.
Em poucos dias a nossa Vó vai completar 97 anos.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Carnívoro



Uma gota de sangue
pula do prato pipoca
e vai parar no poema
una gota de sangue num splash
deixa um ponto vermelho no poema
eu sou um ser carnívoro
espeto corto esquartejo
trucido carne animal
para poder mastigar
para melhor engolir
jamais tentei ser um vegetariano
salada eu posso até comer de vez em quando
mas eu gosto mesmo é de um churrasco
qualquer pedaço de carne mal passado
gosto de sangue alagando meu prato
até pegar com a mão eu poderia
mas quando sangue mistura com poesia
eu já não sei direto o que é comida
e o que é poesia palavra prato carne.

Carnívoro, de Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)
Oleo, O Açougue, de Annibale Carracci

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Bïa



Mon cœur a tant d’espérance
mon cœur en enfance
désire et attend l’inconnu

Mon cœur en adolescence
n’est pas que l’absence
d’une ombre incertaine entrevue

qui traversant mes rêves
sans un mot d’adieu
a laissé dans mes yeux
l’interminable pluie

Mon cœur est un vagabond
Il veut garder le monde
en lui

Mon cœur est un vagabond
Il garderait le monde
en lui

Coeur vagabond, versão para o francês de Bïa da música Coração vagabundo, de Caetano Veloso.
Nasceu no Brasil, os pais dela tiveram que ir embora na época da ditadura. Morou no Chile, passou um tempo na Argentina e Portugal. Voltou pro Brasil com a anistia. Depois foi morar na França e ate hoje está por lá. Canta muito.

terça-feira, 8 de maio de 2007

E essa França



Por aqui continuamos preferindo a França dos Noah e dos Thuram

A França que vem



Esse "juntos tudo é possível" foi a frase da campanha do Sarkozy. Só que o "juntos" dele vai excluir os estrangeiros, os pobres, os da esquerda, os negros, etc...

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Mateo



Cuando en las noches largas
una esperanza miente
cuando la angustia es fuerte
sufres, te mueres

Cuando a la puerta triste
llama la tarde fría
quiere tu noche tibia
sufres, te mueres

Y hoy te vi
mirando rosas hoy te vi
tú nunca dices qué hay en ti
y hoy te vi

Cuando caminas lento
bajo la lluvia fría
cuando las nubes pisas
sufres, te mueres

Cuando se acaba el sueño
que te humedece el día
cuando tu cuarto miras
sufres, te mueres.

Y hoy te vi, de Eduardo Mateo
Grande artista uruguaio, o primeiro a misturar o candombe, ritmo popular uruguaio, com o rock. Nunca se preocupou muito pela sua carreira e muito menos pela fama. Infelizmente, também não se preocupou pela sua saúde. Morreu cedo e deixou mesmo assim uma obra enorme. Seu uso rítmico das palavras fez escola entre muitos cantores.

domingo, 6 de maio de 2007

Colo do mundo



Remédio acaba
erva acaba

colo do mundo
cegai-me

triste horizonte
o céu desaba
o chão dessangra
desaforo
queda de braços

verbo avernal
levai-me.

Colo do mundo, de Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)
Foto de Hocine Zaourar

sábado, 5 de maio de 2007

Partisans



Retomada de Paris e os alemães prisioneiros. Na segunda foto, uma mulher acusada de colaborar com os alemães é exibida pelas ruas com a cabeça raspada e a suástica na fronte. As duas imagens são de 1944.

When they poured across the border
I was cautioned to surrender,
this I could not do;
I took my gun and vanished.

I have changed my name so often,
I've lost my wife and children
but I have many friends,
and some of them are with me.

An old woman gave us shelter,
kept us hidden in the garret,
then the soldiers came;
she died without a whisper.

There were three of us this morning
I'm the only one this evening
but I must go on;
the frontiers are my prison.

Oh, the wind, the wind is blowing,
through the graves the wind is blowing,
freedom soon will come;
then we'll come from the shadows.

Les Allemands e'taient chez moi,
ils me dirent, "Signe toi,"
mais je n'ai pas peur;
j'ai repris mon arme.

J'ai change' cent fois de nom,
j'ai perdu femme et enfants
mais j'ai tant d'amis;
j'ai la France entie're.

Un vieil homme dans un grenier
pour la nuit nous a cache',
les Allemands l'ont pris;
il est mort sans surprise.

Oh, the wind, the wind is blowing,
through the graves the wind is blowing,
freedom soon will come;
then we'll come from the shadows.

The Partisan, de Emmanuel d'Astier de la Vigerie, adaptada por Hy Zaret. A música é de Anna Marly e as fotos da AFP. A música La complainte du partisan foi escrita em 1943 na clandestinidade de Londres. Foi um hino da Resistência francesa.
Em 1969, Leonard Cohen gravou essa versão. Embora não é mencionado na maioria das reproduções, o autor original é Emmanuel, cujo codinome na época da guerra era Bernard.

É Martinho lá da Vila



Pode sorrir se quiser
que eu não vou me incomodar
sei que contra a maré
a gente não pode remar
agora sei a dor de uma ingratidão
mas a maré vai levar
as magoas do meu coração

Remo no barco da vida
água bate, não me cansa
sempre na maré pesada
sonhando com a maré mansa
pescador ja não se assusta
com sorriso de sereia
e depois da maré baixa
sempre vem a maré cheia.

Maré mansa (Mar calmado), de Martinho da Vila e Paulinho da Viola
Foto do arquivo pessoal do sargento Martinho José Ferreira

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Geoffrey Oryema



Saiu de Uganda no portamalas de um carro, logo depois que seu pai foi assassinado pelo regime do Idi Amin. Mora em Paris, seu disco Exile é um must.
Foto de Alain Hervier

quinta-feira, 3 de maio de 2007

A Rosa


Bette Midler fotografada em 1979 por Annie Leibovitz



quarta-feira, 2 de maio de 2007

A Rosinha



Maninha me mande um pouco
do verde que te cerca
um pote de mel
meu coleiro cantor, meu cachorro veludo
e umas jaboticabas

Maninha me traga meu pé de laranja-da-terra
me traga também um pouco de chuva
com cheiro de terra molhada
um gosto de comida caseira
um retrato das crianças

E não se esqueça de me dizer
como vai indo minha madrinha
E não se esqueça de uma reza forte
contra o mau-olhado.

Interior, de Rosinha de Valença

terça-feira, 1 de maio de 2007

Cantiga



Não sei mais onde morar
Pirapora Paraná
paraíso Paraguai
Piaui Madagascar.

Nem com que vou trabalhar
marceneiro gigolô
frei goleiro matador
alfaiate bambambã.

Não sei mais o que dizer
quando vejo ela passar
tremo tonto trambecar
treco trinco trambelhar.

Cantiga, de Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)
Foto de Madagascar de Michael Melford