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quinta-feira, 23 de abril de 2009

O cavalo de São Jorge




O cavalo de São Jorge foi passear na areia
Vamos fazer samba que o santo guerreiro hoje está na aldeia
Tem samba no mar, sereia
Tem samba no mar, sereia
Oi, tem samba no mar, sereia
Tem samba no mar sereia

É que diz o povo
Que hoje a poliça não contrareia
Tem samba no mar, sereia
Tem samba no mar, sereia

Quando o cavalo de São Jorge corcoveia
O que é que cai de seu alforje, lua cheia
Luz que alumeia quem samba na beira do mar, sereia
Luz que clareia no samba só me faz lembrar Candeia

Vem sambar, que tem samba no mar
Vem sambar que tem samba no mar
Não vadeia quelé Clementina, não vadeia

Eu queria poder pegar na cintura dela
Eu queria poder pegar na cintura dela
Mas seu namorado está de olho nela
Mas seu namorado está de olho nela

O cavalo de São Jorge foi passear na areia
Vamos fazer samba enquanto o cavalo de Ogum passeia
Tem samba no mar, sereia
Tem samba no mar, sereia
Oi, tem samba no mar, sereia
Tem samba no mar, sereia...

O cavalo de São Jorge, de Roque Ferreira e Paulo César Pinheiro
Reprodução da obra São Jorge e o dragão, de Peter Paul Rubens

E viva São Jorge guerreiro!
E viva Roque Ferreira!
E viva Pixinguinha que hoje também faz aniversário e que por isso também é comemorado o Dia Nacional do Chorinho

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Okê arô, meu pai



Oxóssi, filho de Iemanjá
Divindade do clã de Ogum
É Ibualama, é Inlé
Que Oxum levou no rio
E nasceu Logunedé!
Sua natureza é da lua
Na lua Oxóssi é Odé
Odé-Odé, Odé-Odé
Rei de Keto
Caboclo da mata Odé-Odé.
Quinta-feira é seu ossé
Axoxó, feijão preto, camarão e amendoim
Azul e verde, suas cores
Calça branca rendada
Saia curta estampada
Ojá e couraça prateada
Na mão ofá, iluquerê

Okê okê, okê arô, okê .
A jurema é a árvore sagrada
Okê arô, Oxóssi, okê okê

Na Bahia é São Jorge
No Rio, São Sebastião
Oxóssi é quem manda
Na banda do meu coração.

Oxóssi, de Roque Ferreira e Paulo César Pinheiro
Foto de
Rapadura Design

domingo, 28 de setembro de 2008

Mais dez grandes artistas brasileiros menos divulgados


Mário Sève



Cris Delanno


Roque Ferreira


Suely Mesquita


1. Agrião

Formado na fonte inesgotável da Vila Isabel, Jorge Agrião é um compositor e percussionista inquieto e um grande ritmista. Seus sambas são daqueles pra levar na palma da mão. Seu disco de referência é Samba vadio, com arranjos de Cláudio Jorge. Ele tem ainda grandes parcerias com Mart’nália, Roque Ferreira e Evandro Lima

2. Suely Mesquita

As músicas de Suely já foram gravadas por Ney Matogrosso, Zélia Duncan, Pedro Luís e Fernanda Abreu, entre outros, mas o trabalho pessoal dela ainda não tem a repercussão que merece, sendo que Suely é uma ótima cantora, além da compositora que os colegas destacam. O selo Duncan Discos, da Zélia, relançou seu Sexo puro, que é uma ótima oportunidade para quem ainda não descobriu Suely.

3. Sayowa

Os jovens cariocas do Sayowa estão dando os passos certos para se inscrever entre os grandes nomes do hard rock brasileiro, que é o lado do rock em que Brasil conseguiu mais destaque. A banda liderada por Theo Van der Loo tem seu segundo album, produzido pelo Andreas Kisser do Sepultura, lançado na Argentina, Chile e Uruguai, mas que é vendido por eles de maneira independente no Brasil. Já fizeram varios tours na Europa e dividiram o palco com bandas dos quilates de Sepultura, Biohazard e Fear Factory. O Sayowa inclui os tambores treme-terra, que dão uma certa cor brasileira ao som pesado da origem anglo.

4. Angelo Primon

Este finíssimo violonista gaúcho é também um ótimo compositor e arranjador. Seu disco Mosaico mostra as suas influências, que vão da música do Sul da América até o flamenco para desaguar num estilo próprio onde a virtude foge dos cantos de sereia do virtuosismo.

5. Bïa Krieger

Outro caso -o Brasil tem vários- de artista brasileira com carreira de sucesso na Europa e pouca divulgação no Brasil. A cosmopolita Bïa mora em Paris, mas mantém seu refúgio em Floripa, já morou no Chile e é freqüente visitante de Canadá. Esta multiplicidade fez dela uma cantora multi-língüe. Bïa tem discos belíssimos como Sources e La mémoire du vent, este com várias versões em francês de clássicos de Chico Buarque. Em Nocturno, seu trabalho mais recente, Bïa arrisca com uma obra mais introspectiva.

6. Roque Ferreira

Esse é um luxo de compositor que o Brasil tem. Baiano de Nazaré, chamou a atenção quando Clara Nunes gravou Apenas um adeus e depois Coração valente, no começo da década de oitenta. Responsável por um dos maiores sucessos da carreira de Zeca Pagodinho (Samba pras moças), Roque é além de um dos principais compositores de samba de raiz, de samba de roda de todos os tempos, um ótimo intérprete da sua própria obra. Por isso é quase inadmissível que ela tenha disponível no mercado só um disco, o excelente Tem samba no mar, trazido pela Biscoito fino. Agora parece que Roberta Sá planeja gravar um disco dedicado à obra dele. Tomara que ajude para colocar Roque no lugar que merece.

7. Mário Sève

Um dos membros fundadores do Nó em pingo d’água, que possui o dom da grande admiração de colegas das origens diversas e o merecido prestígio no mundo do choro. Mas eu posso até imaginar aquela pergunta que surge com a obra dos instrumentistas: “mas não tem uma pra tocar no rádio?” Claro que tem, é só mudar aquela fórmulinha fácil da programação pre-digerida. Mário é saxofonista, flautista, compositor e arranjador. No ótimo Casa de todo mundo reuniu os amigos do Baticun, o Nó, Epoca de Ouro, Pedro Luís, Suely Mesquita, Suzano e Clara Sandroni, entre outros.

8. Cris Delanno

Conhecida como a voz do Bossacucanova, Cris Delanno vem construindo uma sólida carreira solo, que tem um disco dedicado a fazer jus à obra de Newton Mendonça e outro que leva seu nome, onde passeia entre as suas duas línguas de nascença (inglês e português) por um repertório eclético que vai de João Bosco e Aldir Blanc a Paul Williams. Atualmente Cris prepara um novo disco, autoral e com arranjos e produção de Alex Moreira.

9. Marco André

Já tenho me referido a este notável cantor e compositor nascido em Belém, que em seus discos Amazônia Groove e Beat iu conseguiu o impensado link entre os ritmos da sua terra e a eletrônica. Radicado há anos no Rio de Janeiro, ele já foi compositor de escola de samba, cantor de música de novela e produtor de grandes nomes da MPB. Mas sua obra merece no Brasil uma força que seja semelhante aos reconhecimentos que tem pelo mundo fora.

10. Dorina

A musa do Irajá prestigia as rodas de samba cariocas por onde passa. Dona de uma garra particular no palco, Dorina é reconhecida pelos grandes sambistas vivos, desde Dona Ivone Lara até Zeca, como uma das maiores representantes do gênero.

Foto de Cris Delanno de Lívio Campos
Foto de Suely Mesquita de Guto Costa


Segunda entrega dessa minha reunião de artistas que merecem mais e melhores oportunidades na mídia. Como sempre digo, se ajudar para que pelo menos mais uma pessoa os conheça, já cumpri meu objetivo. E como sempre digo, haverá mais, a safra é enorme e a mídia tem miopia crônica. Vocês encontram aqui a primeira entrega da série.

domingo, 22 de abril de 2007

Roque Ferreira



Samba é na casa da minha comadre
terno de reis é com minha comadre
sacode é com minha comadre
festa do divino é com minha comadre.

Jogo do bicho é com minha comadre
briga de galo é com minha comadre
embolada na feira é com minha comadre
rede macia é com minha comadre.

Lá meu carro de boi
não tem atoleiro
não tem onda forte
pra meu saveiro
nem tem mulher nova, comadre
pra levar meu dinheiro.

Salve a comadre
Deus benza
e Deus guarde a comadre.

Casa da minha comadre, de Roque Ferreira e Jorge Agrião.
Pois é, samba é com minha comadre e samba de roda é com Roque.