Primeira edição
No dia em que a bossa nova
inventou o Brasil
No dia em que a bossa nova pariu
o Brasil
Teve que fazer direito
Teve que fazer Brasil
Criando a bossa nova em 58
O Brasil foi protagonista
De coisa que jamais aconteceu
Pra toda a humanidade
Seja na moderna história
Seja na história da antiguidade
Por isso, meu nego,
Vaia de bebo não vale
De bebo vaia não vale
Segunda edição
No dia em que a bossa nova
inventou o Brasil
No dia em que a bossa nova pariu
o Brasil
Teve que fazer direito
Teve que fazer Brasil
Quando aquele ano começou, nas
Águas de Março de 58,
O Brasil só exportava matéria-prima
Essa tisana
Isto é o mais baixo grau da
capacidade humana
E o mundo dizia:
Que povinho retardado
Que povo mais atrasado
Terceira edição
No dia em que a bossa nova
inventou o Brasil
No dia em que a bossa nova
pariu o Brasil
Teve que fazer direito
Teve que fazer Brasil
A surpresa foi que no fim daquele
mesmo ano
Para toda a parte O Brasil d'O Pato
Com a bossa nova, exportava arte
O grau mais alto da capacidade
humana
E a Europa, assombrada
Que povinho audacioso
Que povo civilizado
Pato ziguepato ziguepato Pato
Pato ziguepato ziguepato Pato
Tratou com desacato o nosso amado Pato
Viva a vaia, seu Augusto
Viva a vaia, seu João
Viva a vaia, viva a vaia
Viva a vaia com Dios, amor
Porque me soy argentino
Gentino, gentino, gentino
Vaia de bêbado não vale, "música reportagem" de Tom Zé e Vicente Barreto
Em 1999, João Gilberto dividiu um show com Caetano Veloso pela primeira vez. Aconteceu em Buenos Aires. Na verdade, foram duas noites inesquecíveis que eu testemunhei e mestre João ficou encantado com o carinho do público.
Pouco tempo depois a dupla foi chamada para a noite inaugural do Credicard Hall, auto-denominada "a maior casa de shows da América Latina". Mas aquela noite ficou na história não pela espetacularidade da casa mas pelo incidente de João com o público.
A acústica do local estava ruim. Tinha um eco somado ao zumbido do ar condicionado que motivou a reclamação de um dos fundadores da bossa nova. Caetano tentou levar na esportiva, mas quando João voltou a reclamar ouviram-se as vozes de reprovação e as vaias dos convidados ricos e famosos. Caetano discursou pra platéia mas João arrasou com frases como: "Sou argentino desde pequenininho"; "tem que fazer direito, tem que fazer o Brasil" e depois de botar a língua pra fora disse "vaia de bêbado não vale".
E o Tom Zé, que estava no auditório, resolveu fazer essa música-manifesto de desagravo ao ídolo. Na letra ele cita o título do poema concreto de Augusto de Campos, "Viva vaia", e os próprios "Seu Augusto" e "Seu João", além de ressalvar a argentinidade do João, que estava maravilhado com o tratamento que tinha recebido em Buenos Aires, em contraponto com o episódio de São Paulo.
Mas além disso, a letra coloca a questão de que com a bossa nova, o Brasil começou a exportar arte, "o grau mais alto da capacidade humana". Além da anedota, acho que é um belo conceito para fazer uma homenagem aos cinqüentinha da bossa.
No dia em que a bossa nova
inventou o Brasil
No dia em que a bossa nova pariu
o Brasil
Teve que fazer direito
Teve que fazer Brasil
Criando a bossa nova em 58
O Brasil foi protagonista
De coisa que jamais aconteceu
Pra toda a humanidade
Seja na moderna história
Seja na história da antiguidade
Por isso, meu nego,
Vaia de bebo não vale
De bebo vaia não vale
Segunda edição
No dia em que a bossa nova
inventou o Brasil
No dia em que a bossa nova pariu
o Brasil
Teve que fazer direito
Teve que fazer Brasil
Quando aquele ano começou, nas
Águas de Março de 58,
O Brasil só exportava matéria-prima
Essa tisana
Isto é o mais baixo grau da
capacidade humana
E o mundo dizia:
Que povinho retardado
Que povo mais atrasado
Terceira edição
No dia em que a bossa nova
inventou o Brasil
No dia em que a bossa nova
pariu o Brasil
Teve que fazer direito
Teve que fazer Brasil
A surpresa foi que no fim daquele
mesmo ano
Para toda a parte O Brasil d'O Pato
Com a bossa nova, exportava arte
O grau mais alto da capacidade
humana
E a Europa, assombrada
Que povinho audacioso
Que povo civilizado
Pato ziguepato ziguepato Pato
Pato ziguepato ziguepato Pato
Tratou com desacato o nosso amado Pato
Viva a vaia, seu Augusto
Viva a vaia, seu João
Viva a vaia, viva a vaia
Viva a vaia com Dios, amor
Porque me soy argentino
Gentino, gentino, gentino
Vaia de bêbado não vale, "música reportagem" de Tom Zé e Vicente Barreto
Em 1999, João Gilberto dividiu um show com Caetano Veloso pela primeira vez. Aconteceu em Buenos Aires. Na verdade, foram duas noites inesquecíveis que eu testemunhei e mestre João ficou encantado com o carinho do público.
Pouco tempo depois a dupla foi chamada para a noite inaugural do Credicard Hall, auto-denominada "a maior casa de shows da América Latina". Mas aquela noite ficou na história não pela espetacularidade da casa mas pelo incidente de João com o público.
A acústica do local estava ruim. Tinha um eco somado ao zumbido do ar condicionado que motivou a reclamação de um dos fundadores da bossa nova. Caetano tentou levar na esportiva, mas quando João voltou a reclamar ouviram-se as vozes de reprovação e as vaias dos convidados ricos e famosos. Caetano discursou pra platéia mas João arrasou com frases como: "Sou argentino desde pequenininho"; "tem que fazer direito, tem que fazer o Brasil" e depois de botar a língua pra fora disse "vaia de bêbado não vale".
E o Tom Zé, que estava no auditório, resolveu fazer essa música-manifesto de desagravo ao ídolo. Na letra ele cita o título do poema concreto de Augusto de Campos, "Viva vaia", e os próprios "Seu Augusto" e "Seu João", além de ressalvar a argentinidade do João, que estava maravilhado com o tratamento que tinha recebido em Buenos Aires, em contraponto com o episódio de São Paulo.
Mas além disso, a letra coloca a questão de que com a bossa nova, o Brasil começou a exportar arte, "o grau mais alto da capacidade humana". Além da anedota, acho que é um belo conceito para fazer uma homenagem aos cinqüentinha da bossa.
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