- Bem o que é que o senhor quer? Porque o senhor invade a intimidade da minha casa? Por acaso não tenho dito que não quero ser entrevistado? -disse Kipling com voz rápida e tensa-
- Eu fiz o que o senhor me disse. Submeti à sua atenção e por escrito o motivo da minha visita. E desejo uma resposta.
E eu a tive.
- Porque eu me recuso a ser entrevistado? Porque é uma imoralidade! É um crime, na mesma medida que uma ofensa à minha pessoa, uma agressão, e merece igual castigo. É ruim e covarde. Nenhum homem respeitável pediria uma coisa dessa, e menos ainda a concederia.
- Bom, senhor Kipling, outros homens tão respeitáveis quanto o senhor, senão mais, posto que são auténticos cavaleiros, parecem não compartilhar seu ponto de vista. O senhor é a primeira pessoa que eu tenho ouvido manifestar semelhante opinião. Nunca antes na minha vida tinha escutado que uma entrevista seja imoral e criminosa.
- No caso, os homens dos que o senhor fala são uns imbecis. Eu que estou certo. O que tenho dito é a verdade e não penso dar nenhuma satisfação. O senhor e os seus colegas com a falta de discernimento e compreensão do que é o jornalismo que é caraterística dos americanos, seriam incapazes de entedé-la. Os ingleses detestamos as entrevistas e, em qualquer caso, o que têm de bom os repórteres? O que pretende o senhor conseguir? A imprensa norte americana é uma coisa suja e podre. Eu sei tudo sobre ela. Uma certa vez eu viajei com um gtupo de jornalistas de Filadelfia até uma pequena cidade onde tinha acontecido um crime. Eles fizeram daquilo um inferno. Me dê licença para eu lhe dizer uma coisa. Os senhores não procuram mais do que sensacionalismo. E isso é algo que jamais vão obter de mim.
Ao chegar nesse ponto percebi que ele estava fazendo isso, mas ele continuou falando.
- Nesse pais não há um só jornal respeitável. O New York Tribune é até tolerável, mas de vez em quando eles publicam auténticas barbaridades que os condenam igual ao resto. Suponho que o senhor vai querer redatar uma matéria sobre a minha pessoa para publicar em algum recôndito espaço do seu jornal, do qual nem sei o nome.
- Não senhor -interrompi-. O senhor é merecedor de uma cabeça de coluna, de uma capa junto à seção de livros. Esse tratado sobre a imprensa estadounidense é tão inovador que seria impossível rebaixá-lo a um lugar oculto. O senhor é um cidadão do mundo, senhor Kipling -continuei- . Lhe deve algo ao mundo, assim como o mundo lhe deve ao senhor.
- Sim, e essa pequena dívida terá que ser satisfeita pelo mundo. Lógicamente, eu não penso pagar a minha.
Esse é só um fragmento da imperdível tentativa de entrevista de um jornalista do The Sunday Herald com o escritor inglês Rudyard Kipling, em 1892.
O fato curioso é que o próprio Kipling trabalhou como jornalista em várias oportunidades, mas assim como de outras coisas ele não gostava, é evidente que Kipling detestava entrevistas com jornalistas dos Estados Unidos.
- Eu fiz o que o senhor me disse. Submeti à sua atenção e por escrito o motivo da minha visita. E desejo uma resposta.
E eu a tive.
- Porque eu me recuso a ser entrevistado? Porque é uma imoralidade! É um crime, na mesma medida que uma ofensa à minha pessoa, uma agressão, e merece igual castigo. É ruim e covarde. Nenhum homem respeitável pediria uma coisa dessa, e menos ainda a concederia.
- Bom, senhor Kipling, outros homens tão respeitáveis quanto o senhor, senão mais, posto que são auténticos cavaleiros, parecem não compartilhar seu ponto de vista. O senhor é a primeira pessoa que eu tenho ouvido manifestar semelhante opinião. Nunca antes na minha vida tinha escutado que uma entrevista seja imoral e criminosa.
- No caso, os homens dos que o senhor fala são uns imbecis. Eu que estou certo. O que tenho dito é a verdade e não penso dar nenhuma satisfação. O senhor e os seus colegas com a falta de discernimento e compreensão do que é o jornalismo que é caraterística dos americanos, seriam incapazes de entedé-la. Os ingleses detestamos as entrevistas e, em qualquer caso, o que têm de bom os repórteres? O que pretende o senhor conseguir? A imprensa norte americana é uma coisa suja e podre. Eu sei tudo sobre ela. Uma certa vez eu viajei com um gtupo de jornalistas de Filadelfia até uma pequena cidade onde tinha acontecido um crime. Eles fizeram daquilo um inferno. Me dê licença para eu lhe dizer uma coisa. Os senhores não procuram mais do que sensacionalismo. E isso é algo que jamais vão obter de mim.
Ao chegar nesse ponto percebi que ele estava fazendo isso, mas ele continuou falando.
- Nesse pais não há um só jornal respeitável. O New York Tribune é até tolerável, mas de vez em quando eles publicam auténticas barbaridades que os condenam igual ao resto. Suponho que o senhor vai querer redatar uma matéria sobre a minha pessoa para publicar em algum recôndito espaço do seu jornal, do qual nem sei o nome.
- Não senhor -interrompi-. O senhor é merecedor de uma cabeça de coluna, de uma capa junto à seção de livros. Esse tratado sobre a imprensa estadounidense é tão inovador que seria impossível rebaixá-lo a um lugar oculto. O senhor é um cidadão do mundo, senhor Kipling -continuei- . Lhe deve algo ao mundo, assim como o mundo lhe deve ao senhor.
- Sim, e essa pequena dívida terá que ser satisfeita pelo mundo. Lógicamente, eu não penso pagar a minha.
Esse é só um fragmento da imperdível tentativa de entrevista de um jornalista do The Sunday Herald com o escritor inglês Rudyard Kipling, em 1892.
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2 comentários:
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