Amazonas
río fundador
cielo largo
padre del color
venga a nos tu limo creador
Amazonas
sexo de la flor
tú que traes
río fundador
cielo largo
padre del color
venga a nos tu limo creador
Amazonas
sexo de la flor
tú que traes
desde el sur
el Sur
al pan nuestro dale tu canción
Así sea
tu simiente
amén.
Verde Brasil
desmesurado ademán
de sur a sur
del Amazonas al mar
lejos de tu luz
la distancia es otra soledad
y la soledad es un velero en el mar
boga en lo azul
pero no viene ni va
para echar a andar
hace falta un viento popular
amanecer es pisar el despertar
para soñar hay que saber madurar
Tú despertarás
con la furia viva de un volcán
Creo escuchar
allá en el viento un rumor
como de mar
o tumutuosa canción
digo que es Brasil
que otra vez
se ha puesto a caminar.
Salmo verde e Samba verde, de Armando Tejada Gómez
O poeta argentino Armando Tejada Gómez (1929-1992) talvez seja conhecido no Brasil por ser o autor da Canción con todos, aquela música que na voz de Mercedes Sosa percorreu o continente e o mundo. Mas ele foi para mim um dos maiores poetas de língua espanhola, embora seja conhecido mais só pelos poemas que foram musicados ou pelas letras que ele escreveu para tantas músicas.
No ano de 1982, transitando um dos muitos exílios aos que ele foi levado, quando seu nome e seus livros eram proibidos na Argentina, o grupo Sanampay lançou no México o Coral Terrestre, obra conceitual do poeta dedicada à América do Sul e à esperança de integridade, apesar das ditaduras que atravessavam o território.
Reproduço aqui os dois poemas-canções do Coral dedicados ao Brasil, o Salmo verde, uma declaração de amor perplexo à beleza da Amazônia e o Samba verde, com seu apelo ao despertar do gigante. Só o verso "amanhecer é pisar o despertar" justifica o disco todo.
A íntegra da obra do poeta é permeada pela crispação da injustiça, a majestuosidade da natureza -expressada em metáforas contundentes- e a esperança que, apesar dos pesares, o acompanhou até o fim, tão diferente do mero otimismo.
el Sur
al pan nuestro dale tu canción
Así sea
tu simiente
amén.
Verde Brasil
desmesurado ademán
de sur a sur
del Amazonas al mar
lejos de tu luz
la distancia es otra soledad
y la soledad es un velero en el mar
boga en lo azul
pero no viene ni va
para echar a andar
hace falta un viento popular
amanecer es pisar el despertar
para soñar hay que saber madurar
Tú despertarás
con la furia viva de un volcán
Creo escuchar
allá en el viento un rumor
como de mar
o tumutuosa canción
digo que es Brasil
que otra vez
se ha puesto a caminar.
Salmo verde e Samba verde, de Armando Tejada Gómez
O poeta argentino Armando Tejada Gómez (1929-1992) talvez seja conhecido no Brasil por ser o autor da Canción con todos, aquela música que na voz de Mercedes Sosa percorreu o continente e o mundo. Mas ele foi para mim um dos maiores poetas de língua espanhola, embora seja conhecido mais só pelos poemas que foram musicados ou pelas letras que ele escreveu para tantas músicas.
No ano de 1982, transitando um dos muitos exílios aos que ele foi levado, quando seu nome e seus livros eram proibidos na Argentina, o grupo Sanampay lançou no México o Coral Terrestre, obra conceitual do poeta dedicada à América do Sul e à esperança de integridade, apesar das ditaduras que atravessavam o território.
Reproduço aqui os dois poemas-canções do Coral dedicados ao Brasil, o Salmo verde, uma declaração de amor perplexo à beleza da Amazônia e o Samba verde, com seu apelo ao despertar do gigante. Só o verso "amanhecer é pisar o despertar" justifica o disco todo.
A íntegra da obra do poeta é permeada pela crispação da injustiça, a majestuosidade da natureza -expressada em metáforas contundentes- e a esperança que, apesar dos pesares, o acompanhou até o fim, tão diferente do mero otimismo.
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