Ha pouco mais de um mês comecei a participar na rede social DiHitt, com o intuito de trazer mais leitores para o Nemvem.
Depois de mais de um ano de colocar o blog no ar e deixar lá pra quem achar e quem quiser pegar, descobri que abrindo um pouco as fronteiras dessa nação dos sem fronteiras, poderia conhecer virtualmente pessoas e sites bacanas. Entre umas redes e outras ganhei um blog hermano, o Babel.com, claro, foreigners se dão bem com babeis. Conheci o Coisas Nossas, militante da cultura brasileira; o M’zONe que me mantém por dentro da cibercultura, com um notável registro de edição de notícias; o .Blog de Jorge Reis, que devolve meu lado de sangue português com fina sensibilidade; o Blog do Catarino com novidades da blogosfera e uma presênça e uma força marcantes do editor; o Kmmad, com seu rigor editorial e sua reciprocidade bacana; a Monika, do Toques de prazer, que descobre que poesia e sensualidade são sinônimos; o Oscar Luiz, que foi um dos primeiros a me apoiar lá, e outros que irei reconhecendo mais explicitamente, além do fato de colocar um link.
E nessa troca humana, que os moderninhos chamam de interação, embora seja por um meio eletrônico, achei muita riqueza.
O Nemvem Quenaotem foi mutando naturalmente, não na essência mas na forma. No começo, basta ver um post como esse, era só a obra, a imagem e o autor. Depois, meu olhar sobre a obra e o autor começou a ganhar espaço. E no meio dessas obras de outros, dessas escolhas estéticas, sempre estiveram os meus poemas, os poemas em português de um sujeito que foi alfabetizado em espanhol e que depois de morar no Brasil retomou o espanhol como primeira língua no dia-a-dia.
E também está o lado estrangeiro, que atravessa o blog. Artistas que construiram sua obra em outros países que não os de nascença, dores e paixões dos exílios, lutas, enfim, o grande universo que significa ser estranho a uma nação, a uma cultura. E o olhar estrangeiro, que já me acompanhava antes de ter meu passaporte carimbado pela primera vez, e que entranha ao mesmo tempo curiosidade e desconfiança, como se todo fosse novo e deslumbrante, como se todo fosse raro, alhéio e perigoso.
E como assim se conforma o conteúdo desse blog, com minha participação mais ativa no DiHitt, que tem as notícias como motor da comunicação entre os membros, há uns dias que estou me interrogando: um poema é uma notícia?
O resto dos assuntos que eu abordo no blog podem ser veiculados como tais, mesmo que nem sempre estejam relacionados com a mais urgente atualidade. A prova é que uma das minhas notícias mais votadas no DiHitt é uma entrevista com Freud do ano 1930. Mas um poema, e ainda por cima escrito por mim?
Afinal, trabalhei muitos anos como jornalista e não posso me iludir, da um certo pudor colocar lá os poemas. Eu sei que tem um pessoal que coloca qualquer coisa e que vão atrás dos votos como quem vai atrás do velocino de ouro.
Pois ainda não tenho uma opinião acabada, mas lembrei por esses dias o tempo em que poetas alternavam nos jornais seus poemas, suas crônicas e suas reportagens sobre criminosos, por exemplo. Tudo cabia e tudo era uma delícia de se ler.
Se bem não tenho certeza, acho que um poema é uma notícia. Porque traz uma informação que não tinhamos, porque anuncia alguma coisa de nós mesmos, porque traz um olhar e porque tem uma novidade: o que essas palavras dizem de nós mas nós não sabiamos até elas virarem poema.
Reprodução de um original do Cantar del Mio Cid, o poema dos poemas
Depois de mais de um ano de colocar o blog no ar e deixar lá pra quem achar e quem quiser pegar, descobri que abrindo um pouco as fronteiras dessa nação dos sem fronteiras, poderia conhecer virtualmente pessoas e sites bacanas. Entre umas redes e outras ganhei um blog hermano, o Babel.com, claro, foreigners se dão bem com babeis. Conheci o Coisas Nossas, militante da cultura brasileira; o M’zONe que me mantém por dentro da cibercultura, com um notável registro de edição de notícias; o .Blog de Jorge Reis, que devolve meu lado de sangue português com fina sensibilidade; o Blog do Catarino com novidades da blogosfera e uma presênça e uma força marcantes do editor; o Kmmad, com seu rigor editorial e sua reciprocidade bacana; a Monika, do Toques de prazer, que descobre que poesia e sensualidade são sinônimos; o Oscar Luiz, que foi um dos primeiros a me apoiar lá, e outros que irei reconhecendo mais explicitamente, além do fato de colocar um link.
E nessa troca humana, que os moderninhos chamam de interação, embora seja por um meio eletrônico, achei muita riqueza.
O Nemvem Quenaotem foi mutando naturalmente, não na essência mas na forma. No começo, basta ver um post como esse, era só a obra, a imagem e o autor. Depois, meu olhar sobre a obra e o autor começou a ganhar espaço. E no meio dessas obras de outros, dessas escolhas estéticas, sempre estiveram os meus poemas, os poemas em português de um sujeito que foi alfabetizado em espanhol e que depois de morar no Brasil retomou o espanhol como primeira língua no dia-a-dia.
E também está o lado estrangeiro, que atravessa o blog. Artistas que construiram sua obra em outros países que não os de nascença, dores e paixões dos exílios, lutas, enfim, o grande universo que significa ser estranho a uma nação, a uma cultura. E o olhar estrangeiro, que já me acompanhava antes de ter meu passaporte carimbado pela primera vez, e que entranha ao mesmo tempo curiosidade e desconfiança, como se todo fosse novo e deslumbrante, como se todo fosse raro, alhéio e perigoso.
E como assim se conforma o conteúdo desse blog, com minha participação mais ativa no DiHitt, que tem as notícias como motor da comunicação entre os membros, há uns dias que estou me interrogando: um poema é uma notícia?
O resto dos assuntos que eu abordo no blog podem ser veiculados como tais, mesmo que nem sempre estejam relacionados com a mais urgente atualidade. A prova é que uma das minhas notícias mais votadas no DiHitt é uma entrevista com Freud do ano 1930. Mas um poema, e ainda por cima escrito por mim?
Afinal, trabalhei muitos anos como jornalista e não posso me iludir, da um certo pudor colocar lá os poemas. Eu sei que tem um pessoal que coloca qualquer coisa e que vão atrás dos votos como quem vai atrás do velocino de ouro.
Pois ainda não tenho uma opinião acabada, mas lembrei por esses dias o tempo em que poetas alternavam nos jornais seus poemas, suas crônicas e suas reportagens sobre criminosos, por exemplo. Tudo cabia e tudo era uma delícia de se ler.
Se bem não tenho certeza, acho que um poema é uma notícia. Porque traz uma informação que não tinhamos, porque anuncia alguma coisa de nós mesmos, porque traz um olhar e porque tem uma novidade: o que essas palavras dizem de nós mas nós não sabiamos até elas virarem poema.
Reprodução de um original do Cantar del Mio Cid, o poema dos poemas
8 comentários:
Ah, o Cantar del Mio Cid... É engraçado como uma referência nos tira o pé do chão e transporta pra outro lugar instantaneamente, né? Tô em Sevilha, papá, adiós! rs
Amado, vc já respondeu muito bem a pergunta. Eu mesma já subi dois poemas para o diHITT, um meu, outro do Drummond, mas os dois como ferramentas pertinentes a dois eventos pontuais, ou seja, é uma forma de notícia, sem dúvida, e uma forma belíssima, como vc disse, de ilustrar as durezas do dia-a-dia.
Acho que vc deve sim publicar as tuas, deixar isso fluir mesmo e mostrar para a galerinha da rede esse teu lado tão pessoal e tão bonito. Manda ver!
Na época da ditadura, publicavam receita de bolo nos grandes jornais. O Chico propagou muitas informações noticiosas em um sem fim de canções lindamente poéticas tb nesse período. Se ainda não te convenceu, nunca nenhum professor meu, nos bancos da faculdade, alguma vez disse que poesia não era notícia. Portanto... : )
Vamos revolucinar o jornalismo, pois ele anda muito chato!
Che, necesito tu ayuda en serio! Más tarde te lo digo.
Beixotes!
Letícia.
Olá, vim ao seu blog por meio do tecnorati que me informou que havia me citado.
Li sua postagem e achei muito boa, ótimo desenvolvimento.
Parabéns e grato por ter me citado.
Puxa, amigo!
Fiquei emocionada ao ler seu post, não pelo fato de ter me citado, mas pelo fato da sua descoberta e crescimento, sabes que não sou velha na blogosfera, encontrei também várias dificuldades, talvez porque queria mostrar a sensualidade e as pessoas confundiam com pornografia, o que são coisas completamente diferentes.
Fico muito feliz quando se abrem portas à pessoas que realmente merecem e você é uma delas.
Bjuuu e muito sucesso pra ti, que de passo em passo você chegue ao seu destino.
fico feliz por saber que mais alguém pensa, como eu, do dihitt. já cometi uma pequena sessão de puxasaquismo explícito e direto ao pablobelo, e a sua vai fazer o cara passar mais algumas noites sem dormir para nos proporcionar ainda mais alegrias.
bj, e obrigada pela visita no reblogg.
Dia desses tava conversando com uma amiga pelo MSN e ela falou que achava estranho isso de querer divulgar blog e tal. Como assim, estranho? Tudo bem que eu escrevo pra mim, mas desejo ser lida, sim. Saber o que as pessoas pensam sobre minhas idéias, textos. Fora que a gente acaba se relacionando de forma interessante com as pessoas que sempre nos visitam. Vc está certo. Seus textos merecem ser lidos.Boa sorte :o)
Bjos
Você é um gentleman, Juan.
E pessoas assim, estão fadadas ao sucesso.
Quanto a apoiar e ajudar, não me é trabalho algum. Além do mais, sempre tive (e ainda tenho) pessoas que me apóiam e me ajudam por onde passo. Assim, quando está ao meu alcance ajudar outra pessoa, considero como mera retribuição do enorme carinho que recebo da blogosfera.
Desejo muito sucesso e boa sorte ao seu blog, que agora já faz parte do meu blog roll.
Grande abraço, meu amigo!
Falei tudo isso e não disse o essencial: MUITO OBRIGADO!'
Outro abraço!
Agradeço, como agradeci nos seus sites, as belíssimas palavras e o carinho de vocês.
Abraços
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