segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Adeus a Mama Africa


Bem que ela disse que ia morrer no palco. A velha Senzile, conhecida como Miriam Makeba, estava cansada para continuar andando palcos, mas sempre aparecia algum convite que ela não conseguia recusar.
Estava chateada quando foi pra cena por causa da escalação do show em apoio ao escritor Roberto Saviano, ameaçado pela camorra, em Caserta, Itália, no mesmo local onde seis africanos foram assassinados em setembro.
Ela teve que esperar bastante para entrar no palco. Miriam, com trinta anos de exílios nas costas, não queria mais esperar. Cantou quatro músicas para um público que não ia além das oitenta pessoas, quase todos africanos na Itália do governo arrogante.
Depois desmaiou e subiu.
Muito além do sucesso mundial da música Pata pata, Miriam Makeba foi um emblema da luta contra o apartheid que ela mesma sofreu na sua Africa do Sul, onde só voltou com Nelson Mandela no poder, por pedido do próprio presidente.
Em entrevista com a televisão italiana, no mesmo dia do último show, ela disse:
- Fomos a última nação da Africa em conseguir a liberdade. A dor da nossa gente é muita. Nós não poderemos esquecer, mas temos que tentar perdoar.

Don’t you know that home is
Where my heart lies
Across the ocean
Into the African skies
Through the hills and valleys
This is where I’ll stay
The birthplace of my heart

Africa is where my heart lies, de Miriam Makeba (fragmento)
Foto de 1964 da agencia AFP

6 comentários:

Anônimo disse...

Juan,
só você a saber de artistas como Makeba que somem de nossas vidas. Senti-me una ignorantona ao ler o post, pois nem mesmo sei se esta morte deu-se agora ou você a recorda...
Beijos de Maria
PS: trocou seu retrato...

ACÍBEL - Blog oficial disse...

Com grande prazer visitamos o seu site!!E pedimos gentilmente a sua colaboração, visitando nosso blog e deixando suas opiniões para juntos propagarmos a Literatura!!
Em breve começaremos uma série de publicações de textos de autores barbarenses, passe por lá!!
Tenha um Lindo e Cultural Dia!!!

Anônimo disse...

eu digo sobre o rock, rockeiro não deveria ficar velho ou morrer, repito agora. a música africana, é aquela que considero a mãe de todas ...

ele é gringo brasileiro, assim como vc que, além de tudo, é o inspirador para q eu criasse esta classe de brasileiros úteis ... rsrsrs ...

sat si pata pata pra você!!!

Juan Trasmonte disse...

Foi agora mesmo, Maria. Ontem.
Beijo

mara* disse...

Quando li sobre a sua morte, um pedacinho da minha juventude foi-se cantando 'pata pata', pés descalços foi-se levantando poeira nas savanas africanas, gritando a dor das senzalas, desejando com ardor ouvir uma canção de ninar da Mama África na voz da sua moleca mais travessa, Míriam.

Anônimo disse...

Linda!