segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Americanos


Tão homem, tão bruto tão coca cola nego, tão rock n roll
tão bomba atômica, tão amedrontado, tão burro, tão desesperado
tão jeans, tão centro, tão cabeceira, tão deus
tão raiva, tão guerra, tanto comando e adeus
tão indústria tão nosso, tão falso, tão papai Noel
tão Oscar, tão triste, tão chato, tão ONU e Nobel
tão hot dog, tão câncer social tão Narciso,
tão quadrado, tão fundamental
tão bom, tão lindo, tão livre, tão Nova York
tão grana, tão macho ,tão western, tão ibope
racistas, paternalistas, acionistas
prefiro os nossos sambistas

A ponte de safena, Hollywood e o sucesso
O cinema, a Casa Branca, a frigideira e o sucesso
A Barra da Tijuca Hollywood e o sucesso
Prefiro os nossos sambistas
Prefiro o poeta pálido, O ante homem que ri e que chora
Que lê Rimbaud e Verlaine
Que é frágil, que te adora
Que entende o triunfo da poesia sobre o futebol
Mas que joga sua pelada todo o domingo debaixo do sol
Que prefere ao invés de Slayer ouvir Caetano, ouvir Manu Chao
Não que Slayer não seja legal e visceral
A expressão do desespero do macho americano é normal
Esse medo da face fêmea dita por Cristo é natural
É preciso mais que um soco pra se fazer um som, um homem, um filme
É preciso seu amor seu feminino seu suingue
Pra ser bom de cama é preciso muito mais do que um pau grande
É preciso ser macho, ser fêmea, ser elegante.

Cinema americano, de Rodrigo Bittencourt
Foto de Lori Grinker

Estes americanos, que nem gentilício tem, amanhã escolhem novo presidente

5 comentários:

Anônimo disse...

akpsoaskopskopas
americanos,, um caso serio

http://www.blogpaporapido.blogspot.com/


sobre o presidente, masi serio ainda..
de certa forma o futuro neh...ideas novas de obama? classicismo de Mccain:

http://www.blogpaporapido.blogspot.com/

Mikasmi disse...

Ideias novas do mundo

O mundo está em mudança, não muda morre.

Abraços

Anônimo disse...

A eleição é nos Estados Unidos mas a imprensa local dá tanto destaque como se fosse aqui.

Anônimo disse...

Juan,
o verso "tão hot dog, tão câncer social tão Narciso" derruba o poema. Colo abaixo o cometário feito por mim em outro blog e peço, se possível, repasse ao autor do poema.
"porque tudo que é incurável vocês chamam de câncer, e achando pouco ainda maligno câncer? Câncer é crônico mas não tem a malignidade de burocratas, políticos e quetais. Câncer é crônico mas quem não é preconceituoso domina a doença com tratamentos cada dia mais modernos e poderosos. Câncer é crônico havendo até os curáveis. Câncer é crônico, câncer é um desajuste de células, câncer é doença de seres vivos. CÂNCER NÃO É ADJETIVO OU QUALIFICATIVO. CÃNCER NÃO É SINÔNIMO DE DESGRAÇA,azango, azar, cafife, camarço, desastre, desaventura, desfortuna, desfortúnio, desgraceira, desventura, fatalidade, Infelicidade, infortuna, infortunidade, infortúnio, lástima, lazeira, mal, mal-andança, mal-aventura, mesquinhez, perda, tragédia

Juan Trasmonte disse...

Maria, você tem toda a razão.
O Rodrigo é um compositor carioca que eu admiro muito e que vem batalhando. Agora ele está um pouco mais conhecido porque a Maria Rita gravou o Samba meu, que é dele.
Imagino que ele não fez por mal. Câncer é uma palavra ou mal usada ou demonizada.
Jornalistas -que na teoria formam opinião- vivem dizendo ou escrevendo sobre a "longa doença" ou a "doença incurável", como se dizer câncer desse azar. É impressionante. Há muito a se fazer ainda nesse sentido.
Beijos