sexta-feira, 16 de maio de 2008

Renato Teixeira, o folk brasileiro


Sentimental eu fico
Quando pouso na mesa de um bar
Eu sou um lobo cansado carente
De cerveja e velhos amigos
Na costura da minha vida
Mais um ponto
No arremate do sorriso mais um nó
Aqui pra nós cantar não tá pra peixe
Tem coisa transformando a água em pó
E apesar de estar no bar caçando amores
Eu nego tudo e invento explicações
Amigo velho amar não me compete
Eu quero é destilar as emoções

Sentimental eu fico . . .

E os projetos todos tolos combinados
Perecerão nas margens da manhã
Uma tontura solta na cabeça
Um olho em Deus e outro com satã
E quando o sol raiar desentendido
Eu vou ferir a vista no amanhã
E olharei para quem vai pro trabalho
Com os olhos feito os olhos de uma rã.

Sentimental eu fico, de Renato Teixeira
Foto de Sandro Takahashi

Se há um folk brasileiro, ele tem o nome de Renato Teixeira. Poeta do auténtico sertanejo, suas crônicas, principalmente do cotidiano e do existencial do homem rural estão -embora não reconhecidas assim pela grande mídia e a intelectualidade da MPB- nas páginas mais gloriosas da música brasileira.
São mais de quarenta anos de estrada para o criador de Romaria, Frete e tantas outras belíssimas que tudo mundo canta, incluídos todos os que nem sabem quem é Renato.

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