sexta-feira, 11 de maio de 2007

Carnívoro



Uma gota de sangue
pula do prato pipoca
e vai parar no poema
una gota de sangue num splash
deixa um ponto vermelho no poema
eu sou um ser carnívoro
espeto corto esquartejo
trucido carne animal
para poder mastigar
para melhor engolir
jamais tentei ser um vegetariano
salada eu posso até comer de vez em quando
mas eu gosto mesmo é de um churrasco
qualquer pedaço de carne mal passado
gosto de sangue alagando meu prato
até pegar com a mão eu poderia
mas quando sangue mistura com poesia
eu já não sei direto o que é comida
e o que é poesia palavra prato carne.

Carnívoro, de Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)
Oleo, O Açougue, de Annibale Carracci

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