No meu peito arde em chamas abrasada
a pira da vingança reprimida,
e em centelhas de raiva ensurdecida
a vingança suprema e concentrada.
E espuma e ruge a cólera entranhada,
como no mar a vaga embravecida
vai bater-se na rocha empedernida,
espumando e rugindo em marulhada.
Mas se das minhas dores ao calvário,
eu subo na atitude dolorida
de um Cristo a redimir um mundo vário,
em luta co’a natura sempiterna,
já que do mundo não vinguei-me em vida,
a morte me será vingança eterna.
Soneto de Augusto dos Anjos
a pira da vingança reprimida,
e em centelhas de raiva ensurdecida
a vingança suprema e concentrada.
E espuma e ruge a cólera entranhada,
como no mar a vaga embravecida
vai bater-se na rocha empedernida,
espumando e rugindo em marulhada.
Mas se das minhas dores ao calvário,
eu subo na atitude dolorida
de um Cristo a redimir um mundo vário,
em luta co’a natura sempiterna,
já que do mundo não vinguei-me em vida,
a morte me será vingança eterna.
Soneto de Augusto dos Anjos
Nenhum comentário:
Postar um comentário