segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O artista e o produtor: os amigos


Vocês me desculpem a referência pessoal mas se como já disse o Poetinha, a vida é a arte do encontro, a amizade é uma certa forma da arte.
Fiquei amigo do Ramiro Musotto quando os dois morávamos no Rio de Janeiro. Consegui fazer a ponte para que Sudaka, seu primeiro disco solo, com edições no Brasil e nos Estados Unidos, fosse lançado na Argentina.

Pouco tempo depois ele voltou a morar em Salvador, a cidade que o viu crescer musicalmente até ser o que ele é, um dos maiores percussionistas do mundo, e eu voltei a morar em Buenos Aires.
Nesse mesmo ano Ramiro me ligou uma noite e disse:
- Vou apresentar Sudaka na Argentina e quero que você seja meu tour manager.
Eu disse não. Vocês sabem, esse negócio de trabalhar com amigo é complicado e se não der certo, a amizade pode ir por água abaixo.
Mas Musotto não desistiu na minha negativa e teimou em me convencer até eu aceitar. Minha única condição foi que na hora em que a gente vesse que o lado humano poderia ficar poluído pelo trabalho, eu cairia fora.
Deu tudo certíssimo nesse e no seguinte ano, quando fizemos o segundo tour.
Depois cada um foi andando seu caminho, vendendo seu peixe. A carreira solo dele bombando, se expande pra Europa e eu continuo na gravadora, com os discos e os shows.
Mas pelo menos uma vez por ano a gente se encontra e é só e nada menos do que isso, a tal arte do encontro.
Ramiro vai fazer show no próximo sábado em Buenos Aires, no La Trastienda.

A foto foi tirada em 2005 por Javier Tenembaum, dono do selo Los Años Luz, depois de um show no Ciclo Estudio Abierto, no Hotel de los Inmigrantes.

2 comentários:

Robson Schneider disse...

"lado humano poderia ficar poluído pelo trabalho, eu cairia fora."

Nossa que raio de linha tênue não?!
Abraço

Juan Trasmonte disse...

Pois é Robson, uma linha mais que delgada.
Abs.