Infants...
La vida ran de pols i les mirades altes,
seda tèbia de neu i llot fresc a les galtes.
Infants...
Esperança i enveja, els picarols del cor;
infidels com el temps, sobtosos com la sort.
(O com la mort) mesquins i jugadors infants,
fraudulents i secrets, o pròdigs com soldans;
terroristes de sol i ressol als jardins,
porucs de nit deserta; impàvids assassins
de roses i libèl·lules; mercaders d'afalacs,
de dolçor viciosos i de llet embriacs.
Infants...
La voluptat furtiva del xipolleig i el fang,
insabuda promesa de l'amor de la sang!
Disfresses de tempesta, ornament del dolor,
pintura de la llàstima, marea de la por,
les llàgrimes sonores i artreres i abundants,
les armes de llur guerra civil contra els gegants.
Versão em português
Crianças...
A vida ao rés-do-chão e os olhares altos
seda morna de neve e lama fresca nas bochechas
Crianças...
Esperança e inveja, cascaveis do coração
infieis igual o tempo, súbitas igual à sorte
(ou igual à morte), mesquinhas e brincalhonas, crianças,
trambiqueiras e segredas ou pródigas como sultões
terroristas de sol e resol nos jardins
medrosas na noite deserta, impávidas assassinas
de rosas e libélulas, mercadoras de lisonjas,
viziadas em doces, de leite bébadas.
A voluptuosidade furtiva da chapinhada e a lama
ignorada promessa do amor do sangue!
Fantasia da tormenta, enfeite da dor,
pintura da pena, maré do temor,
as lágrimas sonoras e arteiras e abundantes
as armas da sua guerra civil contra os gigantes.
Infants, do poeta catalão Pere Quart, pseudónimo de Joan Oliver
Versão para o português de Juan Trasmonte
La vida ran de pols i les mirades altes,
seda tèbia de neu i llot fresc a les galtes.
Infants...
Esperança i enveja, els picarols del cor;
infidels com el temps, sobtosos com la sort.
(O com la mort) mesquins i jugadors infants,
fraudulents i secrets, o pròdigs com soldans;
terroristes de sol i ressol als jardins,
porucs de nit deserta; impàvids assassins
de roses i libèl·lules; mercaders d'afalacs,
de dolçor viciosos i de llet embriacs.
Infants...
La voluptat furtiva del xipolleig i el fang,
insabuda promesa de l'amor de la sang!
Disfresses de tempesta, ornament del dolor,
pintura de la llàstima, marea de la por,
les llàgrimes sonores i artreres i abundants,
les armes de llur guerra civil contra els gegants.
Versão em português
Crianças...
A vida ao rés-do-chão e os olhares altos
seda morna de neve e lama fresca nas bochechas
Crianças...
Esperança e inveja, cascaveis do coração
infieis igual o tempo, súbitas igual à sorte
(ou igual à morte), mesquinhas e brincalhonas, crianças,
trambiqueiras e segredas ou pródigas como sultões
terroristas de sol e resol nos jardins
medrosas na noite deserta, impávidas assassinas
de rosas e libélulas, mercadoras de lisonjas,
viziadas em doces, de leite bébadas.
A voluptuosidade furtiva da chapinhada e a lama
ignorada promessa do amor do sangue!
Fantasia da tormenta, enfeite da dor,
pintura da pena, maré do temor,
as lágrimas sonoras e arteiras e abundantes
as armas da sua guerra civil contra os gigantes.
Infants, do poeta catalão Pere Quart, pseudónimo de Joan Oliver
Versão para o português de Juan Trasmonte
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