Eu sou bela, ó mortais! Como um sonho de pedra,
e meu seio, onde todos vêm buscar a dor,
é feito para ao poeta inspirar esse amor
mudo e eterno que no ermo da matéria medra.
No azul, qual uma esfinge, eu reino indecifrada;
conjugo o alvor do cisne a um coração de neve;
odeio o movimento e a linha que o descreve,
e nunca choro nem jamais sorrio a nada.
Os poetas, diante de meus gestos de eloqüência,
aos das estátuas mais altivas semelhantes,
terminarão seus dias sob o pó da ciência;
Pois que disponho, para tais dóceis amantes,
de um puro espelho que idealiza a realidade:
O olhar, meu largo olhar de eterna claridade!
A beleza, de Charles Baudelaire
Homenagem aos 150 anos do livro As flores do Mal
Foto de Felix Nadar (1855)
e meu seio, onde todos vêm buscar a dor,
é feito para ao poeta inspirar esse amor
mudo e eterno que no ermo da matéria medra.
No azul, qual uma esfinge, eu reino indecifrada;
conjugo o alvor do cisne a um coração de neve;
odeio o movimento e a linha que o descreve,
e nunca choro nem jamais sorrio a nada.
Os poetas, diante de meus gestos de eloqüência,
aos das estátuas mais altivas semelhantes,
terminarão seus dias sob o pó da ciência;
Pois que disponho, para tais dóceis amantes,
de um puro espelho que idealiza a realidade:
O olhar, meu largo olhar de eterna claridade!
A beleza, de Charles Baudelaire
Homenagem aos 150 anos do livro As flores do Mal
Foto de Felix Nadar (1855)
Nenhum comentário:
Postar um comentário