Quem cortou a orelha de Van Gogh, não foi ele mesmo num ataque de loucura, foi Paul Gauguin depois de uma briga feroz. Pelo menos isso é o que sustenta uma nova teoria, desenvolvida pelos académicos alemães Rita Wildegans e Hans Kaufmann.
Depois de quinze anos de pesquisa, baseada principalmente em arquivos policiais, eles dizem que Vincent discutiu ferozmente com o amigo Paul na porta de um prostíbulo e, com um movimento certeiro do seu sabre, Gauguin decepou a orelha do colega, o que justificaria também a sua saída rápida de Arles depois do episódio.
Até agora, a história oficial afirmava que a briga existiu, mas que Van Gogh, num ato de demência, tinha se automutilado. Outra versão dizia que não era por causa da briga, que Van Gogh cortou a orelha num ato de desespero e a enviou pelo correio ao irmão Theo, para que este se convencesse do estado dele.
Essa nova tese na verdade não tem uma base factual, ou seja apesar do rigor, poderia não passar de uma fofoca académica. Mas o livro deles já está nas prateleiras europeias: A orelha de Van Gogh, Paul Gauguin e o pacto de silêncio.
A loucura de Van Gogh exerceu sempre um grande fascínio em outros artistas. O talento enorme somado à vida miserável, o cara que vendeu um quadro só enquanto vivo e que deixou antes do suicídio um bilhete com a frase "é o melhor para todos", foram elementos irresistíveis que motivaram desde a admiração até o canibalismo de historiadores e artistas.
Agora mesmo penso nesses historiadores que passam quinze anos atrás da orelha de Van Gogh e penso como a pesquisa histórica não é alheia à futilidade imperante.
Agora mesmo penso porque é que eu estou escrevendo sobre isso e não, por exemplo, sobre a apresentação da versão bilíngüe do Impressões do Carybé nas suas visitas ao Benin, que aconteceu hoje na Feira do Livro de Buenos Aires, com a presênça da viúva e da filha desse outro grande pintor argentino-baiano.
Talvez será porque Carybé fez da vida uma celebração e não cortou a própia orelha. E isso da menos ibope.
Autorretrato com a orelha cortada, de Vincent Van Gogh (1889)
Autorretrato, de Paul Gauguin (1889-1890)
Depois de quinze anos de pesquisa, baseada principalmente em arquivos policiais, eles dizem que Vincent discutiu ferozmente com o amigo Paul na porta de um prostíbulo e, com um movimento certeiro do seu sabre, Gauguin decepou a orelha do colega, o que justificaria também a sua saída rápida de Arles depois do episódio.
Até agora, a história oficial afirmava que a briga existiu, mas que Van Gogh, num ato de demência, tinha se automutilado. Outra versão dizia que não era por causa da briga, que Van Gogh cortou a orelha num ato de desespero e a enviou pelo correio ao irmão Theo, para que este se convencesse do estado dele.
Essa nova tese na verdade não tem uma base factual, ou seja apesar do rigor, poderia não passar de uma fofoca académica. Mas o livro deles já está nas prateleiras europeias: A orelha de Van Gogh, Paul Gauguin e o pacto de silêncio.
A loucura de Van Gogh exerceu sempre um grande fascínio em outros artistas. O talento enorme somado à vida miserável, o cara que vendeu um quadro só enquanto vivo e que deixou antes do suicídio um bilhete com a frase "é o melhor para todos", foram elementos irresistíveis que motivaram desde a admiração até o canibalismo de historiadores e artistas.
Agora mesmo penso nesses historiadores que passam quinze anos atrás da orelha de Van Gogh e penso como a pesquisa histórica não é alheia à futilidade imperante.
Agora mesmo penso porque é que eu estou escrevendo sobre isso e não, por exemplo, sobre a apresentação da versão bilíngüe do Impressões do Carybé nas suas visitas ao Benin, que aconteceu hoje na Feira do Livro de Buenos Aires, com a presênça da viúva e da filha desse outro grande pintor argentino-baiano.
Talvez será porque Carybé fez da vida uma celebração e não cortou a própia orelha. E isso da menos ibope.
Autorretrato com a orelha cortada, de Vincent Van Gogh (1889)
Autorretrato, de Paul Gauguin (1889-1890)
7 comentários:
Boas reflexões.
adorei o texto da orelha do outro mas gostaria de saber mais a respeito das impressões de carybé.
Quanto mistério! Deve ser fascinante investigar a vida de Van Gogh (até mesmo nas suas futilidades), tem muita coisa ainda que não foi explicada...
Muito interessante.
-> sobre a foto da Guerra do Vietnã: me comove toda vez que olho para ela. Não sabia do destino da menina. Fiquei muito feliz, principalmente pelo lindo gesto de perdão...
Gostei mesmo. Eu tinha muita curiosidade de saber o que tinha acontecido com ela. Queria saber também o que aconteceu com aquele rapaz, que ficou conhecido como o "rebelde desconhecido" durante o Massacre da Paz Celestial, na China, em 1989. Acredito que seja um mistério para todos.
Um abraço!
Juan, eu tinha lido a respeito da orelha do Van Gogh. E parece que nem foi a orelha inteira, foi só o lóbulo. Quanto exagero! Van Gogh era excêntrico, não conseguia nunca ser discreto. Carybé, estou analisando por esta imagem, também era cheio de cores. Mas Van Gogh tinha algo mais nas suas telas que se destacava. Traços nem tão perfeitos, mas que trasmitiam aquela sensação de "ser de casa", de aconchego. Eram pinturas que "abraçavam".
Beijos pra ti e uma ótima semana.
Gênio incomprendido se transforma em bêbado chiliquento.
Um atormentado que se revelava através de pincelas irregulares. Apesar da luminosidade e das fortes cores, não conseguia abandonar os tons escuros da sua instabilidade mental. A sua tristeza durou para sempre.
nossa!!!
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