Ontem partiu, aos 94 anos, Don Sixto Palavecino, grande violinista do folclore argentino, músico de tradição familiar que pegou o violino desde criança, apesar da advertência da mãe: "Se você estudar música vai virar um bêbado".
Mas o menino dos morros de Santiago del Estero ficava às noites praticando, baixinho, debaixo do cobertor, até que foi descoberto. "Vamos lá, mostre o que você sabe fazer com o instrumento". E dizem que quando o garoto mostrou, ninguém mais ousou criticar seu desejo de ser músico.
Mas ele só conseguiu viver da música na década de oitenta, quando o cantor de origem roqueiro León Gieco fez sua obra monumental De Ushuaia a La Quiaca, percorrendo a Argentina e levando pra cena nacional diferentes músicos do folclore.
Don Sixto foi também um grande defensor e divulgador da língua quíchua, falada por vários povos do eixo dos Andes e perseguida e condenada ao esquecimento, na medida em que os espanhóis conquistaram com a espada e também com a palavra.
O homem fazia questão de falar em quíchua na rádio e as vezes nas entrevistas e traduziu pra essa língua o Martín Fierro, de José Hernández, considerado o Quixote da poesia gaúcha.
O músico que se chamava a si mesmo de violinisto era dono de uma técnica pessoal até na maneira de segurar o violino.
Junto com ele, vai uma porção da memória cultural desses povos.
Don Sixto Palavecino interpretando a zamba La callejera
Foto de Sixto Palavecino do jornal La Nación, sem crédito do autor
Mas o menino dos morros de Santiago del Estero ficava às noites praticando, baixinho, debaixo do cobertor, até que foi descoberto. "Vamos lá, mostre o que você sabe fazer com o instrumento". E dizem que quando o garoto mostrou, ninguém mais ousou criticar seu desejo de ser músico.
Mas ele só conseguiu viver da música na década de oitenta, quando o cantor de origem roqueiro León Gieco fez sua obra monumental De Ushuaia a La Quiaca, percorrendo a Argentina e levando pra cena nacional diferentes músicos do folclore.
Don Sixto foi também um grande defensor e divulgador da língua quíchua, falada por vários povos do eixo dos Andes e perseguida e condenada ao esquecimento, na medida em que os espanhóis conquistaram com a espada e também com a palavra.
O homem fazia questão de falar em quíchua na rádio e as vezes nas entrevistas e traduziu pra essa língua o Martín Fierro, de José Hernández, considerado o Quixote da poesia gaúcha.
O músico que se chamava a si mesmo de violinisto era dono de uma técnica pessoal até na maneira de segurar o violino.
Junto com ele, vai uma porção da memória cultural desses povos.
Don Sixto Palavecino interpretando a zamba La callejera
Foto de Sixto Palavecino do jornal La Nación, sem crédito do autor
5 comentários:
Actualmente, en Argentina, hay una corriente que se propone recuperar la cultura originaria, y en las escuelas municipales, y creo que también en la escuela de lenguas de la Universidad de Buenos Aires, se dan cursos de la lengua quíchua.
Añuritay Juan!
( Voçê pode traduzir isto prà gente? Muito obrigada. Bjos)
Os iluminados não partem, são eternos.Beijo grande companheiro Juan.
É como disse a Mara, os iluminados não partem, pois não conseguimos esquecê-los, ficamos, pois, com a saudade do talento, da magia, do som e das cores que traduzem por onde passam.
Beijos, Juan!
Lu
Caríssimo Juan:
"Don" Oleari reverencia a memória de seu "chará" "Don" Sixto Palavecino.
E reverencia a você, Juan, pelo magnífico trabalho de resgatar as suas origens, raízes, seus artistas, el pueblo.
Lembrei-me agora - com saudades - que ano passado, quando esrtivemos em "mi Buenos Aires querido", fomos à feira de Santelmo e lá nos maravilhamos com um xou de um bandoneonista, acho que com mais de 80 anos, mais um violão, fazendo música maravilhosa...
Hora dessas a gente volta para outros bandoneons em Santelmo, outros vinhos, outros Tortoni..
Abraço do Oleari, seu admirador...
Não conheço nada de don Sixto Palavecino,vou procurar,mas se tiver algo que me oriente ,agradeço. Abraços do Lafa
Postar um comentário