quarta-feira, 27 de junho de 2007

Maria, a do Mar



Si un dia véns a casa,
te mostraré es jardí,
un núvol que tenc al pati
i la flor de gessamí.

No trobaràs la mar,
la mar fa temps que va fugir:
un dia se'n va anar
i em va deixar aquí.

Deixaré sa feina per tu,
ses eines damunt sa taula,
tancaré bé sa finestra
i es vent no em robarà cap paraula.

Trobaràs noves flors
i fruites a la taula,
i una cançó per a tu
que fa temps que tenc guardada.

I més tard, quan te'n vagis,
serà l'hivern cada nit;
jauré en el mateix llit
amb la fredor en els llavis.


Não acharás o mar

Se um dia vens para casa
te mostrarei o jardim
uma nuvem que tenho no quintal
e a flor de jasmim.

Não acharás o mar
o mar faz tempo que fugiu
um bom dia foi embora
e me deixou aqui.

Deixarei por ti meu trabalho,
os cinzeis sobre a mesa
fecharei a janela
para o vento não robar nem uma
palavra.

Acharás novas flores
e frutas sobre a mesa
e uma canção para ti
que faz tempo que eu guardo.

Depois, quando você for embora
cada noite será inverno
dormirei na mesma cama
com frio sobre os lábios.

No trobarás la mar (Não acharás o mar), de Maria del Mar Bonet
Versão para o português de Juan Trasmonte
Maria del Mar é uma glória da canção popular da Catalunha

terça-feira, 26 de junho de 2007

Simone Soul!


Foto de Alessandra F.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Marianne Faithfull


"We believed in love. It wasn't just sex and I get annoyed when people think it was. It was love, a romantic ideal, always. At least it was for me."


Au fond des prisons du roi,
tout au fond des prisons du roi,
Ils lont enfermé dans les prisons du roi,
Oh, oh, oh, oh.
Messire, dites-moi pourquoi ont-ils fait ça?
Oh, oh, oh, oh.

Est-il vrai quil ne reviendra plus jamais,
jamais, plus jamais,
parce quil a volé un diamant plein d'éclats,
le plus beau des diamants pour moi.
Au fond des prisons du roi,
tout au fond des prisons du roi.

Et je m'en souviens, il m'avait dit un jour,
Oh, oh, oh, oh.
"Tu seras plus riche que les dames de la cour"
Oh, oh, oh, oh.

Est-il vrai que je ne l'entendrai jamais,
jamais, plus jamais,
parce qu'il a volé un diamant plein d'éclats,
le plus beau des diamants pour moi.
Au fond des prisons du roi,
tout au fond des prisons du roi.

Messire, dites-moi, est-il là pour la vie?
Oh, oh, oh, oh.
Alors, jetez-moi en prison avec lui,
Oh, oh, oh, oh.

Et rien ne nous séparera plus jamais,
jamais, plus jamais,
car moi j'ai volé, je l'avoue, et sans peur,
oui, Messire, j'ai volé son coeur.

Au fond des prisons du roi,
oh, mon amour, je viens vers toi.
Tout au fond des prisons du roi.


Les prisons do roi, de Michel Rivgauche e I. Gordon
A versão de Marianne é de arrepiar

sábado, 23 de junho de 2007

Bola de Nieve



Amor, yo sé que quieres
llevarte mi ilusión.
Amor, yo sé que puedes también
llevarte mi alma.

Pero, ay amor,
si te llevas mi alma,
llévate de mí
también el dolor,
lleva en tí todo mi desconsuelo
y también mi canción de sufrir.

Ay amor, si me dejas la vida,
déjame también
el alma sentir;
si sólo queda en mi dolor y vida,
ay amor, no me dejes vivir.

Ay, amor, de Ignacio Villa o Bola de Nieve
Na foto, Bola de Nieve com o poeta, também cubano, Nicolás Guillén

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Esplendor na esquina


Na dúvida da ortografia
escorrega a pronúncia
quantas vezes poderia
me apaixonar
numa noite só
ando com frio e você
seu desenho na calçada
vejo a marca do seu pé
ombro com ombro bem leve
um esplendor na esquina
para esconder o medo
como eu digo semente?
como eu bebo do vento?
Um dois três quinze segundos
do teu olhar e mais nada.

Esplendor na esquina, de Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Román


Tudo bem, sei que não é um blog de esportes, mas esse aí é um artista
Gracias Román.
Foto de Juan román Riquelme, da Agência EFE

terça-feira, 19 de junho de 2007

O mundo que foi (III)


A rua Florida em 1937


Foto do mestre Horacio Cóppola


Princesa Akosua



Nasceu na Casa Real de Ghana, filha do chefe Ashanti e primeiro ministro, Akosua é princesa.
Estudou arte dramática em Londres e viajou a Europa fazendo teatro.
Foi para os Estados Unidos, trabalhou em filmes como A Cor Púrpura e Lágrimas do sol, projetos sempre engajados com a sua cultura original.
Seu primeiro livro, The Seasons of Beento Blackbird, conta a historia de uma professora negra que vai dos Estados Unidos à Africa e ao Caribe atrás dos laços de identificação cultural.
Akosua é uma princesa solta em Babylon.

domingo, 17 de junho de 2007

Um palácio encantado no céu



De palácio encantado é que chamo
meu barracão em Mangueira
e essa vida que eu tanto amo
dedico à minha companheira
Sempre em seus olhos tristonhos
a me esperar em sonhos
eu me encontro em Mangueira
o meu palácio é de zinco coberto
quando não chove estrelas sem fim
vejo nos buracos no teto aberto
faz parecer que o céu é um jardim
e pelos olhos da minha querida
creio que a vida talhou-a pra mim
Eu sou feliz por viver onde vivo
pois em Mangueira a vida é assim


Palacio encantado, de Jurandir da Mangueira e Irson Pinto
Saudades do Jurandir

sábado, 16 de junho de 2007

Rogue



Nasceu em Canadá, cresceu em Nova Zelanda e depois foi para os Estados Unidos.
Anna Paquin, a menina do piano, a Rogue de X-Men. Se ela te tocar, te mata.
Vampira. Mutante. Linda.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

London London



Woke up this morning
singing an old, old Beatles song
We're not that strong, my lord
you know we ain't that strong
I hear my voice among others
in the break of day
Hey, brothers
Say, brothers
It's a long long long long way

Os olhos da cobra verde, hoje foi que arreparei
se arreparasse a mais tempo não amava quem amei

Arrenego de quem diz que o nosso amor se acabou
ele agora está mais firme do que quando começou

A água com areia brinca na beira do mar
A água passa e a areia fica no lugar

E se não tivesse o amor, e se não tivesse essa dor
e se não tivesse sofrer, e se não tivesse chorar
e se não tivesse o amor

No Abaeté tem uma lagoa escura
arrodeada de areia branca

It's a Long Way, de Caetano Veloso
Beatles, melancolia e samba de roda no exílio londrino

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Entre Benfica e Caju


Ela sumiu
entre Benfica e Caju
talvez ela nunca existiu

eu sei que fui tocado pelo seu olhar
e o som distante de uma cuíca
nem o anúncio da saudade
conseguiu me encorajar
uma saudade que era o completo oposto
do som distante de uma cuíca

num dia qualquer de ensaio
ela suada sumiu
entre Caju e Benfica
entre Benfica e Caju.

Entre Benfica e Caju, de Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)
Conjunto Habitacional Prefeito Mendes de Morais, no bairro de Benfica, Rio de Janeiro, pintura de J. Araujo.

Coppola assiste balé em Buenos Aires



Mestre Francis Ford Coppola assiste à primeira decisão da Libertadores entre Boca e Gremio. Show na platéia e no gramado
Foto da AFP

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Dia dos perdidos



Antônio santo
de Jesus querido
valei-me sempre
no maior perigo

Rogai por nós
Oh! Antônio
Lá no céu
onde reina a alegria
junto a Deus

Antônio santo
de Jesus amado
valei-me sempre
com o vosso amparo

Hino de Santo Antônio, D.P. Adaptação de Carlinhos Brown
Foto de Adenor Gondim

terça-feira, 12 de junho de 2007

Help Suassuna!



"A arte para mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte para mim é missão, vocação e festa".

Ariano Suassuna faz 80 anos nessa semana.
Foto de Eder Chiodetto

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Salve Macau



Foi na noite, foi na Lapa, na Cinelândia
Que te conheci, que você me viu, que você riu pra mim

Revelou-me seus segredos, confiou-me seus desejos
Escancarou sua beleza , cantou sua música
Exibiu seu corpo, me encantou

Pediu um tostão, me estendeu sua mão
Abriu seu coração, me mostrou a vida
Entregou seu corpo, me apaixonei

Foi na noite, foi na Lapa, na Cinelândia
Que te perdi, nunca mais te vi, riram de mim

Em que bares bebeu, que mulheres amou
Que mãos te acariciaram
Levou seu corpo, me perdi

Cruzei bares, varei noite, não te encontrei
Entre pernas, entre braços, te procurei
Deixou seu corpo, me escondi

Foi na noite, foi na Lapa, na Cinelândia
Que te vi chegando, que te vi sorrindo e me desejando

Você mostrou sua música, me contou histórias
Se entrelaçou nos meus braços, me amou
Trouxe seu corpo, me libertei
Trouxe a vida de volta pra mim

Foi na noite, foi na Lapa, na Cinelândia
No Capela, Oxalá, Sete Portas, Carlito's, Tangará
No Beco da Cirrose, da Lauro Alvim
No show do Rival foi tudo natural
Foi festa geral

Foi na noite, foi na Lapa, na Cinelândia

Foi na noite, foi na Lapa, de Macau e Moara Menezes
Esse é o grande Macau, da Black Rio, da Rocinha, a quem muitos só conhecem pela música Olhos coloridos.

Barredores de tristezas



Si me dijeran pide un deseo
preferiría un rabo de nube
un torbellino en el suelo
y una gran ira que sube.

Un barredor de tristezas
un aguacero en venganza
que cuando escampe
parezca nuestra esperanza.

Si me dijeran pide un deseo
preferiría un rabo de nube
que se llevara lo feo
y nos dejara el querube.

Un barredor de tristezas,
un aguacero en venganza
que cuando escampe
parezca nuestra esperanza.


Rabo de nube, de Silvio Rodríguez
Barredor, de Alma Rosales

Rabo de nube é uma forma em espanhol de chamar o furacão.
Vai dedicado ao querido Silvio e à querida Alma, que hoje faz anos, dois "barredores de tristezas" em minha vida.

sábado, 9 de junho de 2007

A padroeira de Buzios



Brigitte Bardot em Buzios, nos anos sessenta
Foto de Denis Albanèse

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Ela



Leme meu irmão
mão bola na trave
ave César! (Maia)
Haia está na Holanda
anda mal acaba
abajur acende
endemoniado
adoçar o tempo
empolgar se o samba é dêz
destino desenho
Ennio Morricone
ó nega abafa
a favela vela
ela.

Ela, de Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)
Foto de Amicucci Gallo, Vidigal em 1968

Que bom que ela está de Volta



I am leaving this harbour
giving urban a farewell
its habitants seem too keen on God
I cannot stomach their rights and wrong

I have lost my origin
and I don't want to find it again
rather sailing into nature's laws
and be held by ocean's paws

wanderlust!
relentlessly craving wanderlust
peel off the layers
until you get to the core

did I imagine it would be like this
was it something like this I wished for
or will I want more?

lust for comfort
suffocates the soul
this relentless restlessness
liberates me
sets me free

I feel at home whenever
the unknown surrounds me
I receive its embrace
aboard my floating house

wanderlust!
relentlessly craving wanderlust
peel off the layers
until you get to the core

did I imagine it would be like this
was it something like this I wished for
or will I want more?

wanderlust!
from island to island
wanderlust!
united in movement
wonderful!
I enjoy it with you

wanderlust!
wanderlust!
can you spot a pattern?

relentlessly restless
restless relentlessly
restless relentlessly

can you spot a pattern?

Wanderlust, de Björk e Sjón
Faz parte de Volta, o novo disco de Björk

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Rê Bordosa



Parece mentira. Já fazem vinte anos que a Porraloca morreu.

Rê Bordosa é uma criação de Angeli

terça-feira, 5 de junho de 2007

Valéria



O minha maconha
minha torcida
minha querida
minha galera

O minha cachoeira
minha menina
minha flamenga
minha capoeira

O minha menina
minha querida
minha Valéria...

O minha maloca
minha larica
minha cachaça
minha cadeia

Minha vagabunda
o minha vida
minha mambembe
minha ladeira

O minha menina
minha querida
minha Valéria...

O minha torcida
minha flamenga
minha cadeia

O minha maconha
minha torcida
minha querida
minha galera

Minha vagabunda
minha mambembe
minha beleza
minha capoeira...

O minha menina
minha querida
minha Valéria...

Minha torcida
minha flamenga
minha cadeia

O minha maconha
minha torcida
minha querida
minha galera...

Minha galera, de Manu Chao
Na foto, Manu com Valéria e amigos na Lapa

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Que morram os artistas!


Cena da peça Wielopole, Wielopole


"O caminho da vanguarda virou uma estrada confortável"
Tadeusz Kantor (na foto, à esquerda)

Assistir Kantor, em cena, dirigindo e fazendo parte das suas próprias obras é um dos encontros mais crús que uma pessoa pode ter com a arte.


domingo, 3 de junho de 2007

Desventrado



Sujeito está esvaziando
é água sangue sêmen
idéia suor canto
saindo
por tudo quanto é buraco
burrice baba miolo
será que está ficando leve
será que tudo está acabando
sai noite álcool nicotina
sai frio cálcio desafina
a orquestra toda sopra e nada
são horas de leitura
e afinal só da esse branco
são dúzias de sapatos
e hoje o pé está descalço
tem vento lá na proa
e furacão nas costas
sujeito está esvaziando
tá ficando sem fluído
sem pátria sem avó
sem noiva sem marido
são tantos os soldados
e o front está deserto
não tem mais inimigo
general nem estratégia
são tantas as esperas
e o trem já foi embora
são tantas as doutrinas
e tão poucas ferramentas
saindo está saindo
tá saindo até o nome
sai até o nó
sai cetim
sai
ô.

Desventrado, de Juan Trasmonte (Todos os direitos reservados)
Foto de Dawid Markoff

sábado, 2 de junho de 2007

Tonolec




Charo Bogarín é tataraneta de um cacique guaraní. Com Diego Pérez fazem Tonolec. Os dois nasceram na provincia do Chaco, na Argentina. Diego encontrou Charo numa festa e deslumbrou-se com a voz da moça quando ela deu por fazer um cover dos Portishead.
Formaram um duo de música eletrónica até que foram atrás dos sons da comunidade indígena toba. E piraram...
Tonolec (apesar do som tecno da palavra é o nome toba pro pássaro caburé) é o resultado do encontro desses dois mundos, da eletrónica com músicas e letras da tradição toba.
Eles são ótimos.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Gabo em Macondo



Depois de 24 anos e quando fazem 40 da publicação de Cem Anos de solidão, Gabriel García Márquez voltou pra Aracataca, sua terrinha e o lugar que mais parece com Macondo.
Foto de AP